Em nosso primeiro dia em Cusco resolvemos fazer uma visita ao Museu Inca, que não está incluído em nenhum dos circuitos do Boleto Turístico de Cusco. A entrada é paga à parte e a meia entrada é somente para estudantes até 12 anos.
Havíamos planejado o City Tour para a parte da tarde e fizemos a visita ao Museu Inca pela manhã. Eu geralmente não sou muito amiga de museus, mas até que achei o Museo Inka del Cusco interessante.
Na parte de fora do museu onde está o pátio, podemos fotografar. Na parte de dentro onde as peças estão expostas, infelizmente não. No pátio do museu há mulheres trabalhando com tecidos coloridos e há artesanato para vender por lá. O museu conta, em inglês e espanhol, a história do povo Quéchua e seus Incas. Muitos objetos interessantes que faziam parte do dia a dia daquele povo, estão expostos ali. Na verdade, acho que o Museu Inca de Cusco complementa a experiência que vivemos no contato com a cultura do povo peruano. Se você quiser, pode contratar um guia que faz um tour geral explicando todo o museu em aproximadamente 1 hora. Nós passeamos sozinhos pelo museu, sem guia.Como todas as construções do centro de Cusco, o museu fica num prédio antigo, mas bem conservado.
Logo na entrada está exposta uma coleção de tapeçaria muito colorida e bonita. Aqui as fotos são permitidas.
Ainda do lado de fora, perto das escadas que levam à entrada para os salões de exposição, você vê uma maquete bem grande dos terraços de Moray e alguns outros sítios arqueológicos da região.Entre as peças expostas no museu, estão instrumentos musicais, roupas, tapeçaria, objetos de guerra, ferramentas de trabalho na terra, muita cerâmica e das mais diversas, objetos para sacrifícios, vários objetos em ouro e prata, tecidos coloridos, vestimentas, braceletes e jóias diversas, objetos miniaturizados com riqueza de detalhes e vários crânios. No acervo também está uma coleção muito bonita da pintura da Escola Cusquenha, em que predominam os retratos dos Incas.
Fiquei impressionada com o nível de detalhe não só da pintura, mas do trabalho em algumas cerâmicas mais especiais, como as que eram utilizadas em festividades importantes e rituais.
As lhamas estão em toda a parte desenhadas em várias peças, em várias roupas ou moldadas em barro, pedra ou metais. É, sem dúvida, um animal de extrema importância para o povo daquela região.
O museu é relativamente pequeno mas achei muito bacana conhecer um pouco mais a fundo a sociedade andina, como trabalhavam, como viviam, como se organizavam. As peças são desde períodos pré-incas ao período colonial, quando a Espanha ja havia massacrado a cultura daquele povo.
Em um dos salões está exposta uma coleção de cerâmicas de todos os tamanhos, algumas muito grandes. Infelizmente a maioria das peças não está perfeita, estão rachadas ou lhes falta um pedaço quebrado ou lascado. Mas nelas podemos ver o trabalho do povo Quéchua com a cerâmica. Cada uma delas possui uma pintura diferente e servia para um determinado propósito.
Na mesma sala das cerâmicas está uma maquete de Machu Picchu. Nela você aperta alguns botões indicativos de cada lugar da cidade perdida dos Incas e uma luzinha acende na maquete mostrando onde está situado o local que você quer ver. Informativo. :)
As exposições apresentam objetos de todo o povo andino que vivia espalhado por diversas partes do Peru. Há objetos de Nazca, Chancay, Chichillapi, Puno, Chavín, Chimú… muitos lugares.
Já no fim da exposição das peças Quéchuas/Incas, chegamos a uma sala onde à esquerda há uma divisória pintada de preto e com três janelas. Lá dentro uma luz sinistra, meio sombria. Pelas janelas de vidro vemos várias múmias preservadas, ainda em sua posição original. Uma das múmias é de um bebê. Compondo o ambiente estão objetos pessoais das múmias, que foram achados perto delas. É meio esquisito, meio assustador, mas não deixa de ser interessante.
Não podia faltar a história da coca, erva muito utilizada na região para evitar o mal da altitude, ou como eles chamam, o soroche. A coca era (e ainda é, pela tradição) considerada uma erva sagrada e há v’rios rituais que a envolvem. Curiosamente, a coca não é originária daquela região. Ela vem de locais mais baixos e foi adaptada cuidadosamente à altitude para poder resistir.
Depois das múmias chegamos à parte mais chata do museu, na minha opinião. Passamos rapidamente pelo período colonial com seus livros, móveis e objetos espanhóis que ilustram a trágica conquista e o massacre do povo Quéchua. Confesso que essa parte me deu mais arrepios que a parte das múmias.
O museu é bem sinalizado, há pequenas placas em inglês e espanhol contando a história das peças expostas e muitas pinturas interessantes com figuras imponentes dos reis Incas e de todo o povo andino.
No fim da exposição nos aguardava um peruano muito enfeitado e colorido, com alguns dentes de ouro e muito simpático. Ele nos levou a uma pequena sala onde ele vende objetos que, quando abastecidos com água, dependendo do movimento, emitem sons de pássaros e bichos diversos da região. Nos mostrou o som de várias peças e a vontade de comprar foi grande, mas o preço é meio salgado. Tiramos umas fotos, não copramos nada, mas deixamos para ele uma “propina”. Enquanto andávamos pelo museu, ouvíamos ao longe o rítimo gostoso da música andina. Na saída descobrimos de onde vinha o som. A foto abaixo ilustra o que vemos muito nos locais e restaurantes turísticos de Cusco: músicos vendendo CDs e tocando para os visitantes. Tiramos várias fotos, compramos um CD e encerramos nossa visita ao Museo Inka del Cusco. Vale a pena visitar. É um museu pequeno, simples mas muito interessante aos olhos dos que gostam e querem saber mais sobre a cultura daquele povo. O Museo Inka del Cusco fica na Rua Cuesta del Almirante 153, bem pertinho da Praça de Armas, a uma quadra subindo por uma pequena ladeira. O museu pertence à Universidade Nacional San Antonio Abad de Cusco e funciona de segunda a sexta das 8h às 18h e aos sábados e feriados das 9h às 16h.Outros posts sobre o Peru:
– Águas Calientes (ou Machu Picchu Pueblo), no caminho para a cidade dos Incas
– Museu Histórico Regional de Cusco
– Hotel Inti Pata, Águas Calientes
– Onde comer em Cusco e região gastando pouco
– Valle Sagrado de Los Incas – Parte II: Ollantaytambo
– Valle Sagrado de Los Incas – Parte I: Pisaq
– Salineras de Maras, Terraços de Moray e lã em Chinchero, Peru
– Soroche ou mal da altitude. O que é e como evitar
– City tour de Cusco pelas ruínas Incas
– Hotel Royal Qosqo, Cusco
– Como chegar a Machu Picchu e retornar a Cusco
– Cusco: o umbigo do mundo fica no Peru
– Preparando uma viagem a Machu Picchu, Peru
– Machu Picchu, a cidade Inca nas montanhas
Gostou do artigo? Dê um “curtir” e compartilhe com seus amigos!
—
Siga-nos no Twitter: @viagensandancas (www.twitter.com/viagensandancas)
Curta o Viagens & Andanças no Facebook: www.facebook.com/viagenseandancas
- Receba nossas atualizações por e-mail:
13 Comments
Lisete Fejes
2 de outubro de 2014 at 19:39Camila, estou montando a viagem que farei com meu marido no próximo dia 29/10. Suas dicas, e dos rapazes do “Andarilhos do Mundo”, estão nos roteiros e ajudando demais. Espero não sofrer muito e dar conta dos passeios, pois já não somos jovens (faixa dos 60 anos). Na volta prometo dizer como foi. Parabéns pelo blog.
Camila Guerra
2 de outubro de 2014 at 19:46Oi, Lisete!
Que legal! Fico feliz em estar ajudando no seu passeio de alguma forma.
Espero que dê tudo certo. Tenho certeza que vai adorar a região.
Fico esperando notícias. :)
[]’s
Pingback:
18 de setembro de 2013 at 13:51Pingback:
5 de agosto de 2013 at 23:22Pingback:
22 de julho de 2013 at 23:27Pingback:
22 de julho de 2013 at 23:27Pingback:
22 de julho de 2013 at 23:25Pingback:
22 de julho de 2013 at 23:24Pingback:
22 de julho de 2013 at 23:22Pingback:
22 de julho de 2013 at 23:22Pingback:
22 de julho de 2013 at 23:20Pingback:
22 de julho de 2013 at 23:18Pingback:
22 de julho de 2013 at 23:16