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Paláciio Rio Negro. Residência de verão de antigos presidentes do Brasil.

Petrópolis histórica. Além do óbvio – Parte I


Nesta publicação procuro mostrar, além de um pouquinho da história que normalmente já se encontra em qualquer artigo sobre Petrópolis, um pouco do que pouca gente sabe, detalhes interessantes desconhecidos pela maioria, inclusive pelos próprios petropolitanos.

Petrópolis – Eventos da História – um pouco do de sempre

Uma das muitas pontes vermelhas quem embelezam o centro histórico de Petrópolis

Uma das muitas pontes vermelhas no centro histórico de Petrópolis

Tudo começou com uma visita que D Pedro I fez à fazenda de um certo padre Correa, localizada na região em que, hoje, localiza-se o bairro petropolitano de Correas. D Pedro I ficou tão maravilhado com o lugar que resolveu estabelecer-se por aqui, provavelmente devido ao clima ameno e à natureza exuberante. Tentou comprar as terras, mas padre Correa, que não era bobo, não cedeu.

Obstinado, D Pedro I comprou, mais tarde, uma fazenda em uma área um pouco mais alta do que Correas, denominada àquela época Fazenda Córrego Seco que, após a compra, passou a chamar-se Fazenda da Concórdia, onde D Pedro I pretendia construir um palácio; mas nunca chegou a concretizar a ideia. Mais tarde, D Pedro II levou a obra à frente e construiu o que é hoje o Museu Imperial.

O atual centro de Petrópolis, planejado pelo major Júlio Frederico Koeler, foi a primeira cidade planejada do Brasil. O centro da cidade, onde o ponto principal era o palácio imperial, foi rodeado por palácios e prédios de serviços e comércio. Ao redor do centro foram formados quarteirões, que foram batizados com os nomes de acidentes geográficos de onde vinham os colonos, a maioria alemães. Alguns desses quarteirões mantêm esses nomes até hoje, como os bairros Mosela, Bingen e Ingelhein.

Petropolitanos ainda pagam laudêmio

Essas terras foram arrendadas para Koeler e, posteriormente, por meio dele, aos imigrantes. Nisso foi instituído um sistema de pagamento de laudêmio aos herdeiros de D Pedro II. Até hoje os moradores da cidade pagam laudêmio aos descendentes de D Pedro II.

Então, se você estiver pensando em comprar terreno ou casa em Petrópolis, melhor fugir da área onde se encontrava a referida Fazenda. Não, Correas e Itaipava não estão incluídas nisso.

Av. Tiradentes, em frente à Catedral de São Pedro de Alcântara

Av. Tiradentes, em frente à Catedral de São Pedro de Alcântara


A águia do Palácio Amarelo – um símbolo mexicano

A conhecida águia do chafariz do Palácio Amarelo é o mesmo símbolo que consta na bandeira do México. Isso mesmo! A águia esganando uma serpente. Conta uma das histórias sobre essa escultura que, um dia, o governo do México teria doado à cidade uma escultura em bronze de seu símbolo nacional, em tamanho reduzido. Essa escultura teria sido furtada antes de chegar à cidade. Como forma de pedido de desculpas, teria sido então construída a águia que hoje embeleza o gramado do Palácio Amarelo. Contudo, não há qualquer confirmação oficial sobre esse fato.

O Palácio Amarelo onde atualmente é a Câmara de Vereadores e seu chafariz em forma de águia e serpente

O Palácio Amarelo onde atualmente é a Câmara de Vereadores e seu chafariz em forma de águia e serpente


De onde tirei essa história? Há muito tempo, no milênio passado, recebi um e-mail de duas estudantes paulistanas de turismo, que viriam fazer o encerramento do curso em Petrópolis. Como parte da atividade final do curso, teriam que responder algumas perguntas sobre os monumentos da cidade. Um desses monumentos era justamente a águia. Elas queriam ajuda. Fui ao Centro de Cultura (por sinal, bem em frente à águia) e pedi informações. A bibliotecária me mostrou um recorte da Tribuna de Petrópolis (infelizmente não me recordo a data) onde estava impressa essa história.

Águia e serpente, na Praça da Águia (ou Praça Visconde de Mauá), em Petrópolis

Águia e serpente, na Praça da Águia, em Petrópolis


O que se sabe, de verdade, sobre a escultura é que foi construída por decisão da Câmara Municipal, por resolução tomada em 1899, segundo informação publicada no site do Instituto Histórico de Petrópolis.


O Palácio Rio Negro e a tragédia com o governador

Localizado na bela Avenida Koeller, o Palácio Rio Negro foi vendido por seus proprietários ao Estado do Rio de Janeiro, em 1896, para servir de residência oficial do governador. Posteriormente o palácio foi incorporado ao Governo Federal, passando então a ser residência oficial de verão dos presidentes da República. Sua história se confunde com a História do Brasil, tendo abrigado diversos presidentes da República, no período em que a cidade do Rio de Janeiro era a capital do Brasil.

Paláciio Rio Negro. Residência de verão de antigos presidentes do Brasil.

Paláciio Rio Negro. Residência de verão de antigos presidentes do Brasil.


Uma história pouco conhecida é a do acidente que ocorreu em 1960. O então governador do estado, Roberto Silveira, veio a Petrópolis de helicóptero, para observar os estragos causados pela chuva. Ao tentar aterrissar nos fundos do palácio, o helicóptero em que se encontrava bateu e explodiu, matando seus ocupantes.

O Obelisco e os nomes das famílias alemãs

Bem no centro da cidade, em frente à Praça D Pedro II, encontra-se o Obelisco, construído como um marco do primeiro centenário da elevação de Petrópolis à categoria de cidade.

Uma das placas fixadas no Obelisco (foto cedida pelo amigo Fábio Fliess)

Uma das placas fixadas no Obelisco (foto cedida pelo amigo Fábio Fliess)


Com vinte metros de altura, o Obelisco de Petrópolis foi construído por ordem do então prefeito Dr Carvalho Castrioto de Figueiredo e Mello. Em sua base há algumas placas de metal com os nomes das famílias dos colonos alemães.

Recentemente o monumento recebeu iluminação especial, destacando sua imponência na Rua do Imperador.

 Mais histórias desconhecidas na parte II

Na segunda parte do artigo, mais algumas histórias além do óbvio sobre a Cidade Imperial. Alguns detalhes que a maioria dos turistas desconhece (se é que algum conhece) e que a grande maioria dos petropolitanos nem imagina. Até lá!

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Analista de sistemas, tradutor-intérprete e autor técnico, recarrego minhas baterias em trilhas por matas e montanhas de Petrópolis, RJ, minha cidade. Em viagens, prefiro os locais menos procurados e preferencialmente fora de temporada. Tenho como hobbies a fotografia e a astronomia observacional.

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