A travessia Uricanal faz parte da travessia de longo percurso recém criada pelo Parque Nacional da Serra dos Órgãos chamada Caminhos da Serra do Mar. Essa travessia é o terceiro dia da caminhada criada pelo PARNASO. Nós fizemos a Uricanal no sentido oposto ao que é feito pelo pessoal que percorre os Caminhos da Serra do Mar.
A escolha de iniciar pelo bairro de Corrêas e sair no Caxambu foi estratégica e teve vários motivos. Um deles foi o calor de novembro que nos fez preferir o sentido menos puxado, com menos subidas. O desnível é de aproximadamente 400 metros.
A Uricanal não está descrita em nenhum dos guias de trilhas do Waldyr Neto pois ela foi aberta recentemente. Por isso, aconselhamos a fazer o sentido Corrêas x Caxambu com alguém que conheça a trilha. A orientação é bem fácil, mas dá pra ficar na dúvida em alguns trechos antes de entrar na trilha propriamente dita.
O pessoal do PARNASO pintou setas vermelhas em árvores e pedras nas partes onde pode haver dúvidas. As setas, claro, indicam o sentido Caxambu x Corrêas e, nesse caso, a trilha começa no meio da subida da trilha para os Pinheirinhos (essa sim consta no guia do Waldyr). Então não tem erro. Você pode seguir o guia de trilhas até onde está a placa da Uricanal. Daí pra frente é só seguir a trilha e as setas.Saindo de Corrêas, o ideal é pegar o ônibus Pinheiral e descer no ponto final (a linha Bonfim para mais abaixo). Nos atrasamos e chegamos no terminal de ônibus de Corrêas bem a tempo de perder o Pinheiral. Pegamos o Bonfim mesmo e caminhamos uma parte até a bifurcação com entrada para a rua José Pimenta onde também há uma placa indicando o sítio Uguetto. Se errar o caminho aqui, vai parar na sede do PARNASO. Dessa bifurcação, passamos por mais duas outras, sempre pegando a estrada da direita. Caminha-se subindo por estradas de terra num ambiente totalmente rural. Plantações, casinhas e a calmaria do interior são constantes nessa parte da caminhada. Pelo Google Earth é possível acompanhar grande parte desse pedaço usando o Street View.
No caminho está também, à direita, a subida para o Alcobaça, montanha imponente que domina a paisagem petropolitana. Fique atento para não errar o caminho e, nesse trecho, siga em frente.
Subindo um pouco mais numa caminhada bem agradável com alguns trechos planos, a rua começa a ficar mais estreita até que entramos na trilha, ainda subindo.Depois de caminhar um pouco na trilha, existe uma placa do PARNASO indicando que estamos na Uricanal.
O pessoal do Parque Nacional fez um excelente trabalho e a Uricanal está bem aberta, sem problemas. No entanto, deixo um alerta para quem vai percorrer esse caminho: um deles é que há varios pedaços de charco na trilha. Por isso, vá com sapato fechado e que não molhe com facilidade caso você pise na lama fofa e seu pé afunde um pouco. Outro alerta é para que tome cuidado no caminho com as muitas navalhas de macaco. Sim, a trilha está aberta, mas esse mato danado cisma de colocar suas “garras” no meio da trilha. O resultado é um bando de arranhões chatinhos causados pela danada da navalha de macaco. Nada demais, mas vale ficar atento. Outro alerta é sobre o piso de grande parte da trilha. São muitos pedaços de taquara e folhas secas pelo chão que podem esconder algumas surpresas. Mais um motivo para usar uma bota ou um sapato fechado e olhar por onde pisa.Em vários momentos cruzamos riachos e passamos por vários poços com pequenas quedas d’água, várias grutas e muita mata. A trilha é praticamente toda dentro da linda mata que cobre nossa região.
O barulho de água nos acompanha por grande parte do caminho, sempre com o rio correndo e formando vários poços. Em dias quentes, o que não pode faltar na mochila é uma roupa de banho. No primeiro poço que paramos a vontade era mergulhar de roupa e tudo. Infelizmente nenhum de nós lembrou de colocar uma roupa de banho na mochila. Ficamos ali frustrados namorando aquela água transparente e deliciosa. Lembre-se sempre de que na beira de poços, rios e cachoerias, há cuidados essenciais que você deve observar para não sofrer um acidente. Eu, como sempre, não poderia passar sem meus escorregões clássicos. Numa parada nas pedras para fotografar a quedinha d’água, a bota escorregou no lodo, afundou na água e eu, toda torta, consegui impedir que a câmera tomasse um banho fatal. Ufa! Felizmente minha bota é impermeável e saí incólume do “acidente”, mas o escorregão rendeu algumas piadinhas e risadas para animar. :) O caminho é super agradável e se você fizer silêncio, vai descobrir muitos sons interessantes além do da água correndo. Muitos pássaros e outros animais por ali. Muitos conhecidos, outros totalmente desconhecidos. Borboletas, flores, pássaros, árvores, água…. não há nada melhor que passar o dia na companhia de amigos e num ambiente como esse. O fim da trilha (ou começo dela, dependendo do sentido) é marcado por outra placa do PARNASO, já saindo no caminho para os Pinheirinhos. Dali é só descer um pouco para avistar as plantações do Caxambu. No início da trilha para os Pinheirinhos, há outra placa do PARNASO e o caminho está impedido para a passagem de motos. Dali anda-se mais um pouco em estrada de terra até chegar em um pequeno comércio onde se pode pegar o ônibus até o centro da cidade.Trilha fácil, bacana, agradável e ótima para o verão.
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6 Comments
Alexandro Kozio
16 de junho de 2016 at 13:45Ótimo relato Camila!
Dúvida:
Se eu for de condução própria como eu poderia fazer?
Teria condução em Bonfim pra retornar pro iníco da travessia e apanhar o carro?
Camila Guerra
17 de junho de 2016 at 11:22Oi, Alexandro!
Sim, claro.
Eu fiz o seguinte: deixei o carro na cidade, peguei um ônibus até o terminal de Corrêas e lá dentro peguei o Bonfim (o ideal é o Pinheiral, como expliquei no post). Quando saímos no Caxambu, peguei o um ônibus de lá até a cidade e pronto. Se fizer no sentido Caxambu x Bonfim, pode deixar o carro na cidade também, pegar o busum até o Caxambu e depois é só fazer o trajeto inverso quando terminar a travessia, pegando o Pinheiral (ou Bonfim) até o terminal de Corrêas e de lá um outro até a cidade pra pegar o carro. Não aconselho deixar o carro no Caxambu nem no Bonfim, pois você vai chegar cansado e vai ter que pegar um ônibus a mais no fim do trajeto em ambos os casos. Melhor pegar esse ônibus a mais no início, descansado.
[]’s
Carlos Taves
16 de maio de 2014 at 16:55Parabéns Camila Guerra!
O Waldyr conheço de longa data como Didi (futebol no Petropolitano e engenharia na UCP) e tenho um livro de trilhas dele, que está me devendo uma subida para o Maria Comprida.
Você conhece um guia para fazer esta trilha Uricanal. Minha ideia e levar mulher e duas filhas, 8 e 6 anos. Elas curtiram a caminhada com direito a caída no poço paraíso na sede de Corrêas, mas no verão. Quanto tempo dura a trilha Uricanal?
Camila Guerra
18 de maio de 2014 at 21:41Oi Carlos!
A Uricanal não tem muito erro não, especialmente se for feita sentido Caxambu x Bonfim, sempre em frente. Está sinalizada e não tem bifurcações preocupantes.
No sentido Bonfim x Caxambu, que foi o que fizemos, há bifurcações. Na dúvida, a dica é procurar por setas pintadas em árvores pois o pessoal dos Caminhos da Serra do mar sinalizou no sentido Caxambu x Bonfim. Infelizmente não conheço nenhum guia detalhado explicando essa travessia.
O tempo de duração depende muito do sentido e do rítimo das pessoas que vão caminhar. Não me recordo em quanto tempo fizemos, mas fomos caminhando devagar, paramos várias vezes para fotos/lanche e acho que levamos talvez umas 3h ou um pouco mais.
[]’s
Simone Starck
19 de novembro de 2013 at 13:28Nossa, adorei as fotos!!!!
Petrópolis possui trilhas maravilhosas, paisagens magníficas. Infelizmente não tem a divulgação que merece.
Parabéns pelo artigo. Curti demais!!
Camila Guerra
19 de novembro de 2013 at 14:16Obrigada, Simone! A trilha é super bacana.
Temos muito ainda pra conhecer por aqui. Muita mata, muitos poços e natureza exuberante… super favorável ao ecoturismo.
[]’s