Verão e montanha são duas coisas que não combinam muito. Primeiro por causa do calor. Subir montanha com “sol no lombo” exige muita disposição. Além disso, o verão trás muitas chuvas fortes e raios perigosos. Nessa época a natureza nas alturas recebe menos visitantes e as cachoeiras e poços ganham frequentadores.
Para abrir o ano com o pé direito, fomos convidados pelo Waldyr Neto para madrugar no Alto da Ventania. Uma montanha em Petrópolis com uma vista incrível. O plano era subir de madrugada para esperar o sol aparecer. Diferente das caminhadas tradicionais, as alvoradas são minhas caminhadas preferidas de verão. Caminhando de madrugada a gente foge do sol, do calor e ainda consegue pegar a hora mágica na montanha… aquela hora banhada pelos lindos raios de sol enquanto ele começa a subir no horizonte. As caminhadas tradicionais nos rendem fotos mais “chapadas” pois o sol alto no céu não produz cores tão incríves quanto durante a alvorada. Enfim, levantamos animados às 2:15h da matina e às 3h estávamos encontrando os amigos no local combinado. O planejamento ficou todo por conta do Waldyr. De acordo com ele, o programa The Photographers Ephemeris indicava que o sol nasceria às 6:15. Teríamos esse período para nos encontrarmos, trocar de carro, seguir até o Caxambu (bairro onde fica a entrada da trilha), caminhar até o topo do Ventania, montar o material fotográfico, lanchar e então, finalmente esperar pelo sol.Enquanto passávamos pelas ruas de Petrópolis rumo ao local de encontro, muita gente ainda na “zoeira” nos bares, festas e pelas ruas. Vimos algumas cenas engraçadas durante nosso trajeto. A madrugada tem significados diferentes para as pessoas…
O grupo de sete pessoas subiu em 1:30 traquilamente e, chegando lá, ainda ganhamos um gole de café que o Waldyr havia levado em sua garrafinha térmica. Ô maravilha! :)Montamos nossos material fotográfico e esperamos pelo sol. O silêncio indicava que estávamos todos compenetrados. Uns só observando o espetáculo. Outros (como eu) enrolados com o equipamento. Tive que me virar com o filtro graduado segurando-o na mão depois de constatar que havia perdido o anel adaptador. Além disso, apanhei horrores do meu tripé leve, mas vagabundo. Marcos ficou com um Manfrotto mais pesado e robusto (sempre revezamos o uso) mas eu quase perdi a paciência e joguei meu tripé ribanceira abaixo. Depois dessa experiência aprendi que tripé vagabundo para essa ocasião, nunca mais!
O tripé é uma peça de fundamental importância para uma boa foto nesse ambiente. Se for muito leve (caso do que eu usava no dia) a ventania faz com que balance e, consequentemente, interfira no resultado final da foto. Outro problema é o sistema de articulação, que se for muito precário, dá trabalho para ajustar os detalhes.
Outra coisa importante numa caminhada dessas é o vento/frio. Às 2:45h da madrugada eu saí de casa de camisetinha sem manga. Fazia calor. Em pleno janeiro de dias muito quentes, acabei me esquecendo de colocar uma blusinha na mochila. Levei somente o meu corta-vento da Solo. Não preciso dizer que no cume de qualquer montanha, venta. No Alto da Ventania, o nome já explica… ou seja, passamos um friozinho. Nada insuportável mas não posso deixar de lembrar o leitor que o agasalho faz falta na montanha, mesmo no verão! O sol trás com ele calor, mas também muito vento. Já estava ventando bastante e com a chegada do sol, o vento quase derrubou meu equipamento fotográfico algumas vezes. Com aquela ventania toda desejei até as minhas luvinhas… as meninas são mais friorentas que os meninos e nós, com pouco agasalho, acabamos sendo salvas pelo café quentinho do Waldyr. Para os interessados em fotografar a alvorada, algumas dicas:– Antes de subir qualquer montanha, veja a previsão do tempo
– Use o The Photographers Ephemeris para ver onde o sol vai nascer. Se ele nascer por trás de alguma montanha, você vai perder a melhor luz.
– Vá sempre acompanhado
– Faça o planejamento reverso levando em consideração o horário que o sol nascerá no horizonte
– Não se esqueça de colocar na mochila água, lanche, lanternas de cabeça (especialmente quem vai fotografar e precisa estar com as mãos livres) com bateria suficiente, equipamento fortográfico, BLUSA e corta vento (ou uma 2 em 1)
Para nós, o esforço de acordar tão cedo não poderia ser melhor recompensado…
Leia o relato feito pelo Waldyr Neto no blog dele.O Alto da Ventania faz parte do segundo dia da caminhada de longo percurso Caminhos da Sera do Mar
Fotografar ou somente observar o sol trazer o novo dia ou levá-lo embora, são experiências incríveis. É como se ficássemos mais “íntimos” da natureza, mais parte da montanha!
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7 Comments
Jefferson
28 de junho de 2017 at 02:52Fotos maneiras
Adrian Giese
24 de junho de 2016 at 20:33Parabéns Camila, lindas as suas fotos. Sou de Petropolis mas atualmente moro em Campinas-SP. Por aqui não há montanhas assim, então sinto muita falta dessas trilhas de Petropolis e da época que eu fazia essas caminhadas tão boas. Açú, Cobiçado, Maria Comprida, Alcobaça, Castelinho, etc… oooo tempo bom ! Abraços.
Camila Guerra
25 de junho de 2016 at 17:21Pois é, Adrian! Morar perto dessas paisagens das montanhas é uma das vantagens das cidades serranas. O jeito é você visitar as cidades vizinhas à sua região para não perder o gostinho. :)
Obrigada pela visita!
[]’s
Helder Ribeiro
14 de janeiro de 2014 at 14:42Que bacana! Esta caminhada com certeza valeu a pena, rendeu lindas fotos.
Acho que eu tenho o mesmo problema do tripé. O meu eu considero de boa qualidade, mas eu escolhi o modelo exatamente por ser leve e eu poder levar para trilhas longas. Mas quando venta muito ele não aguenta o traco.
Parabéns pelas fotos e pelo post.
Abraços,
Helder
Camila Guerra
14 de janeiro de 2014 at 16:46Obrigada, Helder!
Sempre vale a pena subir o Ventania. A vista lá é linda demais.
Meu tripé pesa 800g mas é muito antigo e vagabundinho. Uma boa idéia que o Waldyr nos deu é fazer um furo nele e colocar um gancho para pendurar a mochila. Assim o peso da mochila estabiliza um pouco o tripé. Mas de qualquer maneira, esse meu não compensa. Comprei um Manfrotto agora um pouco mais pesado mas de melhor constituição e com cabeça de bola. Vamos ver como vai ser… o outro que temos (que o Marcos usou nesse dia) é Manfrotto também mas é mais robusto e mais pesado. :)
[]’s
Simone Starck
14 de janeiro de 2014 at 10:35Um espetáculo!!!!! Um dia quero fazer essa trilha… :D
Camila Guerra
14 de janeiro de 2014 at 11:41É das mais bonitas de Petrópolis. Ela sozinha é leve, combinada com o Cobiçado na travessia, aí fica pesada. Mas compensa o esforço pois são caminhadas muito bonitas. Só que nada se compara à luz da alvorada… :)
[]’s