Em nosso último dia em Pucón íamos pegar o ônibus às 16:15h até a cidade de Puerto Varas. Tínhamos combinado com o José, da empresa Quilometro Libre, que entregaríamos o carro às 15:30h e ele nos levaria até a rodoviária. Com isso, ficamos com todo esse tempo “sobrando”, mas também não dava para fazer nenhum passeio muito longo. Seguindo a sugestão do dono do hotel onde ficamos, resolvemos percorrer o caminho até a fronteira com a Argentina, passando pelo Paso Internacional Mamuil Malal. Grata surpresa!
Saindo de Pucón, pega-se a mesma estrada por onde se vai até os Ojos del Caburgua ou ao Lago Caburgua. À direita há uma placa indicando a fronteira com a Argentina. É aí que a gente entra.
Da cidade de Pucón até a fronteira são cerca de 70 km, desses, 17 são de terra.
O caminho é, em sua maioria, asfaltado. Mas a parte mais bonita, sem dúvida, é a parte que ainda é de terra.
O trecho de asfalto é muito bom. Estrada larga, bem sinalizada. A estrada de terra é mais estreita, mas muito bem cuidada e com bastante cascalho. No entanto, acho que deve ser um pouco complicado passar com carro comum por alguns trechos dela em dias de muita chuva ou neve. Por isso, dependendo das condições climáticas, é obrigatório o porte/uso de cadenas, aquelas correntes que se colocam nos pneus do carro para evitar atolamento.
Felizmente fizemos o trajeto em um lindo dia de sol. No caminho passamos por Catripulli e Curarrehue, pequenos vilarejos muito interioranos. Mesmo na estrada de asfalto, é muito comum ter excrementos de gado. :)
Você vai perguntar: “mas o que tem lá?”
A resposta é: nada. É só um caminho muito bonito por onde se chega pertinho do vulcão Lanin e avista-se um lago lindão. Se quiser, ainda pode visitar o país vizinho. A Argentina é “logo ali”.
Não há atrações especiais no caminho, a não ser a natureza, a vida no campo, as montanhas, os bosques.
Em alguns locais, talvez a maioria, não há acostamento, o que dificulta um pouco para quem está em busca de boas fotos. Mas as oportunidades são muitas.
Já bem próximo da fronteira está a lindíssima Laguna Quillelhue. Uma vista lindona e um local super tranquilo. Fiquei com vontade de sentar por ali e ficar o dia todo apreciando aquela beleza silenciosa. Uma dica para quem vai com um tempinho é fazer um piquenique à beira da laguna. Romântico…. :)
Fomos no inverno e os picos estavam todos cobertos de neve, inclusive o Lanin. Lindo demais.
Se for no inverno como nós, prepare-se. Sobe-se muito e, por isso, faz muito frio.
Quem quiser dar uma olhada nesse lindo trajeto, no Google Maps o trecho até a fronteira está em Street View.
Atravessando a fronteira a estrada chega na província argentina de Neuquén, próximo a Junín de Los Andes. Quem tiver tempo e quiser chegar a Bariloche, pode fazer o trajeto, pernoitar em San Martín de Los Andes e depois percorrer a Rota dos Sete Lagos ou a Ruta 40 passando por Rinconada até lá. Também é possível fazer todo o trajeto de Pucón a Bariloche em 1 dia, mas é bem mais cansativo.
Do Complejo Fronterizo Mamuil Malal, na fronteira entre os dois países e fim do nosso passeio, até San Martín de los Andes na Argentina, são cerca de 110 km. O lado chileno da estrada fica dentro do Parque Nacional Villarica. O lado argentino fica dentro do Parque Nacional Lanin. Depois da fronteira, já no lado argentino, anda-se mais cerca de 12 km em terra. O restante da estrada é asfaltada.
É possivel cruzar a fronteira no verão das 8h às 20h e no inverno, das 8h às 19h.
Para os amantes da natureza que, como nós adoram caminhos bonitos, vale a pena reservar um tempo para fazer esse trajeto, nem que seja somente até a fronteira.
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6 Comments
alex serpa
1 de fevereiro de 2017 at 00:07Olá! Adorei o site e os posts. Vamos viajar para essa região em julho. Acham que é tranquilo ir de carro de pucon a san martin de los andes nessa época? Vale a pena passar uns dias em cada cidade? Será que a estrada ainda tem trechos de terra?
Camila Guerra
1 de fevereiro de 2017 at 11:13Olá, Alex!
Em dias de bom tempo é tranquilo sim, mas a neve pode dificultar, especialmente se você não tiver experiência em dirigir na neve. Se você pegar bom tempo, deve levar cerca de 3-4 horas entre essas cidades (com desconto para fotos e aduana). No entanto, julho é inverno na região e isso significa neve e, muitas vezes, chuva também. Antes de pegar esse caminho pelo Mamuil Malal, informe-se em Pucón sobre a situação da estrada. Não se esqueça de levar cadenas no carro para o caso de pegar neve. Quando for alugar o carro em Pucón, lembre-se de avisar que pretende cruzar a fronteira, para que te façam uma autorização para passar na aduana e poder trafegar na Argentina. Normalmente você paga a mais por isso.
Quando eu fui, havia um bom pedaço de terra de Pucón até a fronteira com a Argentina. Acho que há também um pedaço de terra até San Martin. Eles fazem manutenção constante da estrada, mas terra é terra…
Sobre as cidades, ambas são lindas e oferecem diversas opções de restaurantes, hotéis, diversão na neve e natureza exuberante. Vale a pena sim passar uns dias em cada. Se tiver tempo e caso não conheça Bariloche, vá de San Martín até lá, que além de ser um trajeto lindíssimo tanto pela 7 Lagos (http://www.viagenseandancas.com.br/2012/10/rota-dos-sete-lagos-de-bariloche-a-san-martin) quanto por Rinconada (http://www.viagenseandancas.com.br/2012/09/la-rinconada-de-san-martin-a-bariloche), a cidade em si e seus cerros e lagos são incríveis.
[]’s
Antonio Junio
14 de janeiro de 2015 at 14:03Camila, obrigado pela indicação e pelas respostas =)
Mais uma coisa: essa viagem foi feita quando?
Fico no aguardo dos relatos que faltam =)
Obrigado!
Camila Guerra
14 de janeiro de 2015 at 16:30Fomos em agosto porque queríamos esquiar. Mas é uma época mais chuvosa e com menos possibilidade para subir o Villarica.
[]’s
Antonio Junio
13 de janeiro de 2015 at 16:44Oi Camila, tudo bem? Adorei o site e os relatos, viu? Certamente irão me ajudar bastante!
Gostaria de saber se vocês de fato atravessaram a fronteira Chile-Argentina e se tiveram que pagar alguma taxa adicional na locação do carro.
Muito obrigado pela atenção e pelas dicas =)
Camila Guerra
14 de janeiro de 2015 at 10:52Oi Antonio,
Que bom que os relatos estão ajudando você. Ainda tenho alguma coisa para publicar sobre a região, mas o tempo está curtíssimo e não tenho conseguido postar. Mas ainda vou publicar mais alguns.
Bem, nós não atravessamos por dois motivos: tínhamos pouquíssimo tempo e já conhecemos a região do outro lado da fronteira, que visitamos em outra oportunidade.
Sobre o aluguel do carro, nunca atravessei fronteira dirigindo mas na hora que for alugar o carro, vai precisar avisar que cruzará a fronteira para que eles te dêem uma autorização para tal. Acho que isso encarece o aluguel sim, por causa de um seguro especial.
Dê uma olhada nos comentários desse post do VnV, tem muitos relatos só de gente que cruzou a fronteira Chile-Argentina dirigindo: http://www.viajenaviagem.com/2011/05/travessia-chile-argentina-com-carro-alugado-voce-ja-fez
[]’s