Em nossa viagem para o Sul do Chile em agosto, na região dos lagos e vulcões, passamos pela cidade de Santiago e ficamos um dia por lá.
Chegamos ao anoitecer e a imagem dos andes vistos de cima, no avião, impressiona.
Como não somos muito fãs de cidade grande e gostamos muito de neve e de natureza, resolvemos fazer um tour pela região do Vale Nevado, que não conhecíamos.
Quando planejei a viagem a intenção era esquiar por lá, mas depois decidimos esquiar em Pucón e resolvemos visitar a região do Vale Nevado só mesmo para conhecer as estações e tirar umas fotos para registro. Pensamos em contratar um desses tours que levam as pessoas de van até as estações de esqui. Cheguei a entrar em contato com uma empresa, seria muito mais barato mas limitaria muito o passeio. Alugar um carro não estava nos nossos planos. Então um conhecido indicou o Jorge, um taxista de Santiago, eu entrei em contato com ele por e-mail e combinamos um tour pela região do Vale. Ele nos buscou às 9h no hotel Conchita Flores B&B e paramos no caminho para comprar água, pois lá em cima é tudo um absurdo de caro. Além da água, levamos biscoitos para enrolar o dia. Se for passar o dia inteiro na montanha e quiser economizar um pouco, leve lanche. Você encontra diversas lanchonetes por lá, mas os preços são muito salgados.
Pegamos a região com pouca neve devido à pouca neve desse ano. Havia neve para esquiar, mas não como em outros anos. Farellones, por exemplo estava fechado por falta de neve. Por ser a área mais baixa, fica sem neve mais rápido. Na semana seguinte à que estivemos na região, nevou muito por lá. Neve é assim, nunca se sabe quando ela vem. Para ajudar aos que terão contato com a neve pela primeira vez, fizemos um tutorial de como se vestir na neve ou no frio intenso.
A subida para as estações de esqui de Santiago leva cerca de 1:30h, dependendo da condição das estradas. Quanto mais nos aproximamos das estações, mais curvas vencemos. Durante o trajeto encontram-se alguns mirantes, mas a estrada quase não tem acostamento. Durante os fins de semana da alta estação a estrada costuma ficar bem engarrafada, portanto, se puder, fuja dos feriados e fins de semana. Outra coisa a considerar na hora de montar o roteiro é a limitação de horários para subidas e descidas dos transportes nos fins de semana da alta temporada.
La Parva, El Colorado e Farellones ficam muito próximos uns dos outros e quem vai esquiar pode comprar um ticket de conexão entre essas três estações. Somente o Valle Nevado é que fica mais distante, mas mesmo assim os esquiadores mais experientes podem descer esquiando do Valle até El Colorado e de lá até Farellones.
Na estrada há também um parque onde se podem fazer caminhadas, passeios a cavalo e outras atividades. É o Parque Cordillera Yerba Loca.
Valle Nevado
Fomos direto para o Valle Nevado, a estação de esqui mais famosa de Santiago e uma das maiores e mais importantes da América do Sul. São muitas pistas.
Para chegar lá, a gente enfrenta cerca de 60 curvas na estrada estreita da montanha.
Os carros param num estacionamento de frente para o local onde se alugam equipamentos de esqui. Ali também há banheiros. Jorge estacionou o carro e nós fomos pegar o transporte até a parte alta do Vale. O transporte é um caminhãozinho que fica descendo e subindo o tempo todo levando os turistas. O transporte é gratuito e você pode usá-lo quantas vezes quiser.
Valle Nevado não é uma boa opção para quem quer só brincar com a neve. Não há espaços para recreação livre, só pistas de esqui. Os seguranças do Vale ficam retirando os turistas dos locais mais afastados das pistas, para evitar acidentes. Afinal, são montanhas, cheias de despenhadeiros. O Valle tem agora um teleférico que leva a um restaurante que fica a 3.200 m. Vimos isso no post do Ricardo Freire do ViajeNaViagem. Mas como tudo lá é muito caro, preferimos não subir.
Muitas pessoas param os carros no caminho para o Valle e brincam com a neve por ali, na beira da estrada mesmo. Para quem só quer brincar na neve, Farellones é ideal.
Fotografamos um pouco no Vale, que é uma região muito bonita. Fazia frio, embora estivesse sol, e ventava muito. O vento gelado é um dos maiores problemas nas montanhas, portanto, esteja preparado. Andamos conhecendo o local, que tem alguns hotéis. Hospedagem ali é cara mas pode compensar para quem quer ficar dias esquiando e não quer abrir mão do conforto. É só sair do hotel que já está nas pistas de esqui, super prático para os esquiadores.
Paramos no La Leñera para um café quentinho. Caaaaro… mas estava quentinho! :)
Sem muito o que fazer por lá, pegamos o transporte para descer e encontrar o Jorge. Mas antes Marcos pegou um potinho de iogurte que uma empresa estava oferecendo de brinde em um furgão. Descemos no caminhãozinho cheio de brasileiros. Parecia uma extensão do Brasil.
Farellones
Descemos do Valle e paramos com o Jorge em Farellones, uma estação menor onde tem outras atividades além do esqui, como o famoso tubing, que a pessoa escorrega na neve em bóias enormes, canopy e caminhadas com raquetes de neve. Farellones é uma boa opção para crianças e para quem quer ter contato com a neve mas não quer esquiar. Estava fechada, sem neve. Paramos para uns registros e seguimos para El Colorado. É menor e mais barata. É também o local onde muitos praticantes de esqui e de snowboard escolhem para se hospedar, por ter albergues, opção mais em conta do que os hotéis do Valle.
El Colorado
Demos uma passadinha rápida em El Colorado, que é outra estação de esqui com várias pistas, pertinho de Farellones. Me pareceu uma excelente estação de esqui, embora menor que o Valle Nevado. O ticket para subir é caro e resolvemos não subir. Achamos que a paisagem não compensava, já que não íamos esquiar e a neve estava pouca.
Estávamos com fome e pensamos em comer algo além dos nossos tradicionais biscoitinhos engana-fome. Mas os preços por ali eram desanimadores. Os sandubas simples custavam o mesmo que uma excelente refeição em Santiago. Havia um restaurante oferecendo almoço a P$ 5.000. Macarrão com uma carne que não me lembro qual. Mas o visual da comida não agradou e voltamos felizes, de barriga vazia, para os nossos biscoitinhos. Problema não, já estamos muito acostumados a trocar os almoços pelos jantares em nossas viagens.
Também é possível ficar hospedado em El Colorado.
Não tínhamos muito o que fazer por lá e partimos para o nosso último destino do dia:
La Parva
La Parva é uma estação de esqui onde há também uma cidadezinha. É o que eles chamam de povo de montanha. Lá há prédios de apartamentos e casinhas muito bonitinhas. O local fica muito mais charmoso com neve pelas ruas, mas quando fomos só tinha neve nas pistas de esqui. Os preços eu nem preciso comentar, né? Caaaaro… não tive coragem de pedir nem um café. Pode me chamar de pão dura, mas meu dinheiro não cai do céu. :P
No local há restaurantes e também é possível ficar hospedado em La Parva. Ainda ouvimos o português por lá, mas bem menos que no Valle Nevado.
Para subir para a região das estações de esqui, em dias de nevasca é obrigatório o porte/uso de cadenas (as correntes que se colocam no pneu do carro para evitar atolar na neve).
A região é linda, mas muito cara. Vá preparado!
Assim foi nosso passeio com o Jorge, que foi super paciente conosco, parando várias vezes para fotos. Além de falar um pouco de português, aprendido com os muitos turistas brasileiros que ele recebe muito bem em Santiago.
Enquanto pesquisava a região apaixonei-me por Portillo, a estação de esqui mais antiga, mais distante e mais cara de Santiago. Foi a única estação do Chile a sediar uma competição de esqui. Sua Laguna del Inca a torna única. Infelizmente não conseguimos ir pois era muito mais caro. Para chegar ao local, passa-se pelo famoso caracol, a estrada em zigue-zague nas montanhas andinas. Não fui, mas fica a sugestão para quem for fazer a travessia para Mendoza (Argentina), que passa pela mesma estrada.
Em todas as estações mencionadas nesse post é possível contratar aulas de esqui e alugar roupas e equipamentos para praticar atividades de neve. Certamente não é a opção mais barata mas pode compensar para quem está dependendo de transporte coletivo ou está hospedado nos locais. É que se você alugar um equipamento ou roupa na cidade e houver algum problema com eles, você não conseguirá trocar. Alugando nos centros de esqui, facilmente você consegue trocar. Quem vai subir e descer do vale todos os dias ou vai só brincar de esquiar, talvez não precise se preocupar muito com isso e possa economizar uma grana alugando tudo na cidade. Há locais na subida para o Valle que também alugam equipamentos, mas não sei se são de boa qualidade. Esse é um item que precisa ser avaliado com cuidado antes de viajar.
A cidade de Santiago recebe muitos brasileiros. Estamos por todo lado, em todos os pontos turísticos, pelas ruas, nos restaurantes, nos hotéis. Santiago conquistou os brasileiros. A cidade é relativamente segura, organizada, com um metrô impecável, preços convidativos para quem quer fazer compras, excelentes restaurantes e estações de esqui perto da cidade. Enfim, ótima opção!
No dia seguinte pela manhã Jorge nos levou ao aeroporto, mostrando para nós alguns pontos turísticos do carro, durante o trajeto. De Santiago partimos para Temuco e de lá, de van, para Pucón. Fique de olho nos próximos posts sobre a cidade.
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44 Comments
Ana
25 de julho de 2024 at 23:02Ola! Pode passar o contato do Jorge por favor?
Obrigada!
Camila Guerra
29 de julho de 2024 at 20:27Olá, Ana!
Aí vai o tel dele (entre pontos pra dificultar spam) +5.6.9.9.0.3.5.8.0.5.2
Gabi
16 de julho de 2019 at 16:58Oi Camila! Poderia passar o contato do Jorge pfvr? Obrigada
Camila Guerra
16 de julho de 2019 at 19:34Olá, Gabi!
Mandei os contatos dele para o seu email.
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