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Barris de vinho do porto na Graham's

Caves de vinho do Porto em Vila Nova de Gaia, Portugal


Eu adorei a cidade do Porto e, claro, as caves de vinhos contribuíram para que a minha percepção sobre a cidade fosse ainda mais perfeita.

É verdade que as caves não ficam exatamente na cidade do Porto, e sim em Vila Nova de Gaia, mas, afinal, é logo ali, do outro lado do Rio Douro.

A Ribeira do Douro, tanto do lado de lá quanto do lado de cá, é uma delícia. Charmosa, agradável, cheia de restaurantes, com calçadão para uma caminhada, gôndolas para passeios e a imponente Ponte D. Luís I, que se pode atravessar a pé, de carro ou de bonde elétrico.

Barcos no Rio Douro e a Ponte Luís I

Barcos no Rio Douro e a Ponte Luís I

 

Nós optamos por atravessar a primeira vez andando, quero dizer, quase voando, porque faltou pouco para que o vento do Douro nos carregasse para um passeio pelas águas do rio.

Para quem não conhece, o vinho do Porto é aquele produzido exclusivamente na região demarcada do Douro, no norte de Portugal. O nome “vinho do Porto” ficou conhecido porque a bebida era exportada a partir da cidade do Porto, lá pelos idos do Século XVII. Nessa época, os ingleses começaram a adicionar brandy ao processo de fabricação dos vinhos para prolongar sua conservação, impedindo que azedassem, e para que chegassem aos seus destinos em condições de consumo.

Cave Cálem

Chegando na Ribeira de Gaia começamos a ver as caves de vinho e entramos logo em uma das primeiras, a Cálem. Os tours têm horários específicos para cada idioma, então recomendo fazer contato antes com as caves que deseja visitar e marcar o seu lugar. Chegamos na hora do grupo em inglês e embarcamos nesse mesmo.

Entre as fotos, os vídeos, a história da Cálem e um painel de aromas, passamos alguns minutos no pequeno museu da cave aguardando o guia nos convidar para iniciar o tour.

Painel de aromas da Cálem

Painel de aromas da Cálem

 

Depois de conhecer um pouco da história da Cálem e aprender mais sobre os vinhos do Porto, o processo de fabricação e distribuição, partimos para a degustação.

Degustação de vinhos do Porto na Cálem

Degustação de vinhos do Porto na Cálem

 

Fizemos o que sempre fazemos nas degustações: pegamos dois tipos de degustação diferentes, um mais simples e outro mais elaborado, e compartilhamos os vinhos.

Há três tipos de vinho do Porto: Tawny, ruby e branco. O meu preferido é o tawny, por ser mais licorado e bem diferente do vinho de mesa tradicional. Marcos já prefere o ruby.

Porto branco e tawny na Cálem

Porto branco e tawny na Cálem

 

Estávamos ainda com o “gosto” dos vinhos do Porto que experimentamos durante nosso passeio pelas vinícolas do Douro no dia anterior (em breve falaremos desse passeio fantástico aqui) e, na comparação, achamos os vinhos da Cálem razoáveis.

A saída é sempre pela loja e demos uma olhada nos preços. Nessa hora, ficamos arrependidos de não termos programado levar alguns vinhos para casa nessa viagem. Os preços estavam convidativos.


Cave Graham’s

Por indicação de amigos resolvemos andar um pouquinho, subir uma ladeirinha, e visitar a recomendada Graham’s, uma cave mais afastada da ribeira. Chegamos lá já bem tarde, quase no fim dos tours. Por sorte ainda havia um grupo para um tour em português e o atendente nos encaixou nesse. Nosso guia foi um brasileiro muito simpático que mora há alguns anos em Portugal.

Barris de vinho do Porto na Graham's

Barris de vinho do Porto na Graham’s

 

Ambas as caves são bastante agradáveis e organizadas. Os tours são interessantes, mas, de certa forma, um pouco repetitivos. De qualquer maneira, gostamos muito de visitar ambas.

Adega da Graham's

Adega da Graham’s

 

Na hora da degustação, mesmo esquema: dois tipos, compartilhados. Na Graham’s você pode comprar queijos, chocolates ou pasteizinhos de nata para acompanhar os vinhos, mas já adianto, custam um rim. A água, pelo menos, é de graça. :o)

Nós preferimos os vinhos da Graham’s aos da Cálem. São mais caros, inclusive as degustações também, mas são mais saborosos.

Ótimos vinhos da Graham's

Ótimos vinhos da Graham’s

 

A Graham’s está localizada em uma área mais alta, que oferece uma vista linda para o Douro e para a ponte. Além disso, suas instalações são muito bonitas e bem decoradas. Há um wine bar muito agradável no local onde se pode curtir o ambiente gostoso e as vistas do Porto e de Gaia.

Agradável café na Graham's

Agradável wine bar na Graham’s

 

Como eu disse, havíamos feito um passeio pelas vinícolas do Douro no dia anterior e abusado um pouco do vinho, por isso, o fígado não queria mais saber de álcool, muito menos adocicado.

Vista da Graham's

Vista da Graham’s. Do lado esquedo, Porto. Do direito, Vila Nova de Gaia.

 

Descemos caminhando da Graham’s e paramos para comprar os tickets para o teleférico que nos levaria até a parte de cima da cidade. Fomos agraciados com um brinde para degustar vinhos do Porto em um bar logo ali perto. Agradecemos, mas o fígado estava aborrecido demais para aceitar qualquer outro golinho de vinho, por menor que fosse.

O teleférico é conveniente, mas achei bem caro para o minúsculo trecho. Entretanto, é uma boa opção para quem não quer ou não pode subir por vias alternativas.

Teleférico de gaia. Caro, mas poupa os pés.

Teleférico de gaia. Caro, mas poupa os pés.

 

Saímos do teleférico e subimos caminhando o pequeno trecho até o Mosteiro da Serra do Pilar, que oferece uma vista muito bacana da ponte e da Ribeira.

Embora o tempo não estivesse lá essas coisas, ainda consegui uma foto razoável lá de cima com uma parte da cidade do Porto

Ponte D. Luís I vista do Mosteiro da Serra do Pilar

Ponte D. Luís I vista do Mosteiro da Serra do Pilar. O Porto no fundo.

 

O dia estava terminando e nosso plano era pegar o bonde que cruzaria a ponte, mas resolvemos caminhar, dessa vez pela parte de cima, até o Oporto Chick & Cozy, o delicioso studio que alugamos no Porto (e que recomendo muito).

Parte de cima da Ponte D. Luíz I

Parte de cima da Ponte D. Luíz I com o bonde elétrico

 

Este é um passeio que você pode fazer em meio dia ou dia inteiro, mas lembre-se de que, por serem bem mais doces e mais alcoólicos do que os vinhos tradicionais, os vinhos do Porto afetam com mais rapidez a sua sobriedade. Estar de estômago cheio é uma boa para não sofrer as consequências do álcool tão rapidamente. Fica a sugestão para um almoço na ribeira e posterior visita às caves.

Os vinhos tradicionais costumam ter entre 11% e 14,5% de álcool e os vinhos do Porto, geralmente, têm entre 19% e 22%. E o motivo dessa diferença é fácil de entender, pois dá-se porque o processo de fermentação da uva não é realizado por completo, sendo interrompido pela adição de um aguardente vínico muito alcoólico. Ou seja, o vinho do Porto é naturalmente doce, já que o açúcar natural das uvas não se transforma completamente em álcool.

Passar pelo Porto e não experimentar os excelentes vinhos da região é perder uma oportunidade incrível de degustar produtos de qualidade e conhecer um pouco mais da história de Portugal. Se não gosta de vinho, ainda assim vale visitar as caves e a ribeira de ambas as cidades, caminhar por ela, tirar muitas fotos e almoçar ou jantar por ali mesmo. No mínimo será um passeio tranquilo e romântico para ficar na memória.

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Apaixonada por viagens, natureza, lugares lindos e interessantes e por fotografia. Viajei pouco até hoje, mas curti cada viagem e tirei delas o melhor que pude. Viajar e fotografia são paixões de infância! Criei esse blog para compartilhar minhas experiências durante minhas viagens e trilhas feitas com meu marido. Trocando informações, todo mundo se ajuda! :)