Viajar para o exterior costuma ser uma experiência incrível, mas pode trazer também muita dor de cabeça, especialmente se você não estiver preparado para responder às perguntas do agente da imigração ou não obedecer às regras de entrada do país. Veja abaixo alguns dos erros mais comuns que podem transformar sua aventura dos sonhos em um terrível pesadelo.
1. Mentir para o agente da imigração
Se o oficial da imigração pegar uma mentira sua ele pode deportar você imediatamente. Seja honesto para não correr o risco de cair em contradição ou ficar nervoso. Os oficiais são treinados para detectar mentiras e têm acesso a várias informações sobre você, por exemplo, ao seu histórico de viagens, aos dados de compra das suas passagens etc. Ou seja, ele já sabe a resposta para algumas perguntas que vai fazer e se você mentir ele vai descobrir rápido.
A sinceridade é a melhor política. Não finja ser quem você não é, não dê informações falsas, não “enfeite o pavão”. Recomendo treinar algumas respostas para as perguntas mais comuns para não ser pego de surpresa e não saber o que responder. Um dos fatores que mais complicam as pessoas é a estadia. Muita gente viaja para ficar na casa de amigos ou parentes e na hora da imigração não quer mencionar essa informação. Mas como comprovar a estadia? Pense nisso antes de chegar lá. E se for declarar que vai se hospedar na casa de alguém, não se esqueça de apresentar a carta-convite e de saber o nome e o endereço da pessoa.
2. Documentação incompleta ou inadequada
Seu passaporte precisa estar válido pelo período exigido pelo país de destino e eu já vi muita história triste de pessoas que perderam a viagem por conta da data de validade do passaporte.
Na União Europeia, por exemplo, a validade do passaporte tem que ser de pelo menos três meses após a data do seu retorno ao país onde reside. Outros países têm exigências ainda mais rigorosas enquanto outros têm menos. As exigências variam de acordo com o passaporte e o país. Por exemplo, se você é brasileiro, mas optar por entrar em algum país com o passaporte de outra nacionalidade que você tenha, precisa saber as regra para esse passaporte e não para o brasileiro.
Na América do Sul, você pode entrar com o seu RG, mas ele precisa ter uma foto sua “recente” e estar em bom estado. Outros documentos como a carteira de motorista não são aceitos como documento para embarque.
Veja a data de validade do seu passaporte (e de outros documentos necessários para a viagem) ANTES de comprar as passagens.
3. Não ter comprado sua passagem de volta
Muita gente acredita que viajar sem ter uma data de retorno definida é sinônimo de liberdade, mas isso, na verdade, pode trazer muitos problemas.
Os países estabelecem um período máximo de estadia para cada tipo de visto e conforme o motivo da viagem. Os agentes da imigração geralmente perguntam sobre o retorno e podem solicitar que você comprove.
Leve todas as comprovações importantes impressas, além do itinerário completo da sua viagem, e guarde tudo junto em uma pastinha, bolsinha ou divisória da sua bolsa de mão onde você tenha fácil acesso. Esses documentos não devem ser colocados na mala que você vai despachar. Além disso, não confie exclusivamente na versão digital no seu celular. Vai que o seu celular pifa, acaba a bateria, não carrega a imagem ou é roubado? (Bate na madeira, toc toc toc).
4. Não lembrar ou não conseguir comprovar sua hospedagem
Eles sempre perguntam o nome e o endereço do hotel, por isso é importante você ter a confirmação das suas reservas de hospedagem impressa, seja de hotel, Airbnb ou outro tipo de acomodação.
Caso você esteja entrando por uma cidade mas não vá ficar hospedado nela, é importante explicar como vai chegar na outra cidade. Se alugou um carro, se vai de ônibus, trem ou avião. Essa informação precisa estar na ponta da língua. Demonstrar desconhecimento sobre a viagem é um item grave. Aqui cabe uma ressalva. Se você vai passar pela imigração sozinho e não foi você quem montou a viagem, leve todo o seu itinerário impresso e anote esse tipo de informações nele para evitar confusão.
Caso vá se hospedar na casa de um amigo ou parente, apresente a carta-convite que normalmente é exigida pelos países.
5. Não conseguir comprovar sua situação financeira
Os oficiais da imigração costumam perguntar sobre a sua situação financeira para ter certeza de que você pode bancar sua viagem e que não vai dar nenhum tipo de prejuízo ao país deles. Alguns perguntam o que você faz no seu país de residência, podem perguntar se tem família ou imóveis, ou se estuda no seu país, e quanto dinheiro em espécie você está levando para a viagem. Essa quantia precisa ser compatível com as despesas previstas para o período da sua estadia e as atrações que você pretende visitar. O cálculo mais comum fica na média de 60 a 100 euros ou dólares por dia. Se você estiver levando um valor superior a US$ 10.000 nos EUA ou € 10.000 na União Europeia, é obrigado declarar.
Para comprovar sua situação financeira você pode apresentar extratos bancários ou a última fatura do seu cartão de crédito onde conste o limite. De novo, é bom ter isso impresso para entregar ao oficial caso seja necessário.
6. Não ter um motivo convincente para a viagem ou não conseguir explicar o roteiro
Uma das primeiras perguntas que o agente da imigração fará é o motivo da sua viagem e, em alguns casos, ele pedirá para você explicar o que vai visitar em determinada cidade, ou quantos dias vai passar em casa cidade caso a viagem seja uma road trip (passamos por isso em Londres, no aeroporto de Heathrow). Responda a tudo de forma sucinta, clara e coerente e, principalmente, seja honesto.
Se estiver indo a turismo, mencione algumas atrações que pretende visitar. Se estiver viajando a trabalho, estudo ou para algum evento, tenha em mãos todos os documentos relevantes, por exemplo, carta-convite e comprovante de inscrição dos eventos/cursos que você vai participar. Sempre que mencionar algo, lembre-se que o agente pode pedir comprovação, então só mencione aquilo que você pode comprovar.
7. Não ter seguro viagem
Em muitos países, o seguro viagem é obrigatório. Para entrar nos países do Espaço Schengen, na União Europeia, por exemplo, eles exigem um seguro saúde com cobertura mínima de 30 mil euros. Alguns cartões de crédito oferecem seguro gratuito (modalidade de reembolso) com essa cobertura caso você compre a passagem aérea com ele, mas é necessário emitir a apólice antes de viajar para ter a cobertura.
Mesmo nos países onde o seguro não é obrigatório, é prudente ter um, pois as despesas com saúde no exterior podem ser exorbitantes.
Não economize no seguro viagem. Analise com atenção as coberturas oferecidas para não cair em ciladas.
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8. Vacinas e outros documentos de saúde
Alguns países exigem certificados de vacinação, como por exemplo o da febre amarela. Se for viajar para países que exigem vacinas, você vai ter que comprovar que estão em dia. Vale lembrar que não adianta tomar a vacina no dia da viagem, pois normalmente ela precisa de um tempo para agir no corpo. Isso varia conforme a vacina.
Consulte as exigências de saúde do país de destino e providencie tudo com antecedência.
Aqui vai a lista de vacinas da Anvisa.
9. Itens proibidos
Nem precisava comentar a esse respeito, pois é óbvio demais, mas para não deixar nada para trás, vale lembrar que drogas, armas e determinados medicamentos podem ser motivo para deportação. Consulte as restrições do país que você vai visitar e não leve itens duvidosos que possam causar problemas.
Alguns itens inofensivos, tais como frutas, pequenos objetos como lixas de unha etc. costumam ser retirados e descartados no raio-x sem nenhum problema para o viajante, mas outros mais complicados podem sim gerar um estresse desnecessário.
10. Comportamento incoerente
Levar bagagem inadequada para a duração da estadia ou ter um comportamento incoerente com os propósitos declarados pode levantar suspeitas. Seu comportamento precisa ser compatível com o propósito da sua viagem. Ou seja, se vai ficar 7 dias, não leve bagagem para 30.
Com a preparação adequada você terá uma experiência tranquila na imigração. Tenha toda a viagem na ponta da língua, tenha em mãos toda a documentação necessária e seja honesto com os agentes o tempo todo. Com essas dicas, sua viagem será um sucesso, e sem problemas na imigração.
Fui barrado, e agora?
Mas caso você seja barrado na imigração e não tenha contado nenhuma mentira cabeluda, mantenha a calma. Outro agente vai questionar você com mais detalhes em uma outra sala, conferir toda a sua documentação, fazer a mesma pergunta várias vezes e de forma diferente e, provavelmente, separar você caso esteja viajando com alguém para questionar ambos separadamente em busca de contradições. Isso aconteceu com um casal de amigos nossos na França, mas depois de muitas perguntas e um tempo de espera eles foram liberados.
A mentalidade mais valiosa em qualquer caso é: quem não deve, não teme!
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