Sonho antigo. Mais antigo para o Marcos, que começou suas experiências em montanha em 1981 quando fez o curso de montanhismo do CEP. Na época não pôde fazer essa travessia. Distanciou-se das montanhas e retornou comigo. Entre várias trilhas leves e leves-superiores, sonhávamos com essa Cobiçado x Ventania. Saúde ruim, ou tempo ruim… verdade é que não conseguíamos ir.
Recuperada a saúde resolvemos subir o Cobiçado. Caminhada mais pesadinha, mas linda demais! Ih, pronto! Empolgamos. Eu feliz com a recuperação me animei com o convite
de um amigo para fazer a travessia Cobiçado x Ventania. Fomos nós então num dia de céu limpo e ventos refrescantes. Um grupo muito bacana de 5 pessoas.
O ponto de partida é o local chamado Três Pedras. Se você for de ônibus, pegue o 470, linha Santa Izabel. Não se esqueça de pedir ao motorista para passar pelas Três Pedras na ida. Caso contrário ele vai até o ponto final e só passa nas Três Pedras quando retorna. No fim da linha está a igreja e a subida é à direita.
Saimos num sábado bem cedo e partimos para o Cobiçado, trilha que a gente já descreveu aqui. Dá uma olhada no post sobre o morro do Cobiçado. Bem, chegamos lá, ufa! Dancanso, muitas fotos, lanchinho. E o amigo chamou: “vamos lá pois a caminhada é longa”. Deixamos o Cobiçado com a promessa de retornar em breve.
O tempo bom chamou o povo e encontramos muitas pessoas fazendo a travessia. Que bom ver gente consciente e interessada nas montanhas!
Andamos um pouco e chegamos no Pico dos Vândalos, de onde temos uma vista lindona do Rio de Janeiro, com a Baía de Guanabara enfeitando a paisagem. Parada para algumas fotos e pé no caminho de novo.
Os olhares mais atentos verão muitas flores diferentes pelo caminho. De lindas orquídeas a florzinhas do mato. Não dava para fotografar todas elas, então clicamos algumas que tivemos oportunidade.
E eu fazendo o possível para não atrasar demais o grupo, até que nosso amigo nos disse que passaríamos agora pela Pedra do Diabo. Poderíamos subí-la ou passar direto. A vontade de subir foi grande, mas optei por deixar a visita à Pedra do Diabo para uma próxima vez. O caminho por baixo é muito bonito, também com uma vista super bacana.
No entanto, o caminho é um pouco apertado em alguns trechinhos, que devem ser feitos com cuidado.
A vista é um show à parte! A cada passo ela fica mais fantástica, mais deslumbrante.
Vencendo o trecho da Pedra do Diabo, pegamos um pedaço mais plano e logo em seguida a subida pela mata, até o Tridente. Nesse trecho passamos por um pedaço que exige cuidado especial devido a um deslizamento que ocorreu na área. Qualquer deslize você rola pirambeira abaixo. O trecho, no entanto, não é exatamente exposto mas, seguro morreu de velho. :)
O Tridente é todo percorrido intercalando entre mata e vegetação mais baixa. Paramos na única minúscula clareira do Tridente para nosso último lanche e mais um papo. E a descida dele, bem… prepare o bumbum pois o escorregão é quase inevitável. Marcos apelidou o trecho carinhosamente de “descida do escorrêgo”… já deu pra sentir né? :P
Aqui termina a ralação propriamente dita. A Pedra do Inferno fica do outro lado e, embora sempre apareça nas fotos, é uma outra trilha. O trecho agora é praticamente plano até chegar no Ventania. Foram tantas fotos que foi dificil escolher qual viria para o blog. O mar de montanhas é realmente uma vista incomparável. Lindo!
Por quase todo o trecho vemos fezes de boi. Muitas vezes ficamos pensando como eles conseguem chegar no local. Mas, verdade é que chegam!
Quer uma prova? Dá só uma olhada na foto ao lado…
Chegamos nas torres de alta tensão existentes no Alto do Ventania.
Sentamos, papeamos, tiramos fotos, exploramos um pouco o lugar até que chegaram alguns motoqueiros barulhentos fazendo firulas com suas motocas e estragando a calmaria. Hora de descer.
O caminho descendo o Ventania é chatinho. Alguns locais de charco e lama, algumas pedras soltas, mas nada demais.
Como é uma caminhada com trechos bastante instáveis, aconselho levar um bastão de caminhada. Ele nos salvou nos mais variados momentos ao longo de toda a travessia.
A chegada no vale é brindada com a vista das lindas plantações de flores. Dá vontade de sentar por ali e ficar um tempo observando aquele colorido.
Mas, dona vaca estava com muitas moscas e elas nos espantaram rapidinho…
Vale mencionar que a saída gera dúvida. Rodamos para lá e para cá e não encontramos o caminho correto. Com o consentimento de um morador, pulamos a cerca de arame farpado e atravessamos as plantações até o calçamento.
Pés doloridos, cansaço batendo e rua de pedra pela frente. Nunca fiquei tão feliz em ver um ponto de ônibus. Mais dois passos e o ônibus estava lá! Que alegria! :D
Fomos para casa cansados, mas felizes por termos percorrido esse lindo caminho, com vista tão bacana, momentos felizes e ótimos companheiros!
Leve chapéu, lanche, bastante água, bastão de caminhada. Se você tem pele sensível, leve também um protetor solar.
Trajeto: Cobiçado x Morro dos Vândalos x Pedra do Diabo x Tridente e, finalmente, Ventania em 12,5km.
Embora os nomes assustem, não deixe de ir, está mais do que recomendada!
Veja mais fotos dessa trilha na página do Viagens e Andanças no Facebook.
Vídeo feito durante a trilha do Cobiçado:Mapa marcando o cume do Cobiçado e o do Ventania:
Visualizar Travessia Cobiçado x Ventania em um mapa maior
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6 Comments
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25 de março de 2013 at 18:36Pingback:
31 de dezembro de 2012 at 21:38Daniel
13 de agosto de 2012 at 00:22que dia q foi? Eram quantos motoqueiros?
Camila Guerra
13 de agosto de 2012 at 22:47Daniel, não me recordo quantos, mas topamos com 2 ou 3 no topo do Ventania, além de ouvir o barulho de algumas outras motos que não conseguimos avistar.
Para um local tranquilo e de grande beleza, prefiro o silêncio. ;)
[]’s
Fabio Fliess
31 de julho de 2012 at 00:49Belo post para uma bela trilha. Parabéns pelo relato e pelas ótimas fotos!!!
Uma curiosidade: rolou um HDR naquela foto das plantações a partir do Ventania?? :)
Abraços e mais uma vez parabéns!!!
Camila Guerra
31 de julho de 2012 at 02:05Olá, Fábio!
Obrigada!
Sim, HDR na foto das plantações. :)
Na verdade fiquei na dúvida se usava a foto em HDR ou a outra, que também ficou bacana. Descemos na hora boa, fim de tarde com sol dourado. Mas na foto original as montanhas à esquerda não ficaram tão visíveis.
[]’s