Em setembro de 2012 visitamos a região de Bariloche. Alugamos um carro e no dia anterior fizemos o trajeto de Bariloche até San Martín de Los Andes pela famosa Ruta de los Siete Lagos. Pernoitamos em San Martín e retornamos no dia seguinte a Bariloche pela estrada muito menos conhecida que a Sete Lagos, chamada La Rinconada. Que bom! Foi uma viagem bacana com paisagens lindas, tranquilas e cheias de boas energias.
A Rinconada é, na verdade, somente uma interseção que une a famosa Ruta Nacional 40 à Ruta Nacional 234, ambas argentinas.
A maioria das fotos que tiramos foi na RN 40.
Esse trajeto cruza dois parques nacionais: o PN Lanin e o PN Nahuel Huapi.
Acordamos em San Martín, onde pernoitamos no Hotel Del Viejo Esquiador. O dia estava fechado, triste e uns chuviscos atrapalhavam o ânimo para os passeios. O plano inicial era visitar o Cerro Chapelco, centro de ski de San Martín, mas como a neve estava pouca e o tempo não ajudava, resolvemos retornar direto para Bariloche sem tentar nenhum passeio por San Martín. Completamos o tanque do carro lá em San Martín mesmo e pegamos a estrada.
No início uma paisagem um pouco diferente, com trechos onde havia alguma civilização. Pouco movimento, retas grandes e tranquilas. De repente aparece à esquerda o imponente vulcão adormecido, o Lanin, que fica na divisa entre Argentina e Chile. É possível visitar tanto sua base como subir caminhando na neve. O vulcão fica no Parque Nacional Lanin. Parte é do Chile, parte da Argentina. Paramos para muitas fotos e ficamos ali olhando aquela paisagem diferente e super bonita, admirando a beleza da natureza… bons momentos, sem pressa.
Ok, chega de fotos, vamos em frente pois, embora muito boa, a estrada é longa, são 261 km até nosso destino.
No site www.ruta0.com você pode verificar informações sobre distâncias, melhores rotas, tempo estimado, rutas pelas quais vai passar, etc.
E foi lá que consultamos nosso trajeto. Enquanto planejava nosso roteiro, usei o Ruta0 para ter uma idéia do que iria encontrar. O Ruta0 também faz um cálculo de gasto de combustível e o valor aproximado da viagem. Mas, com nosso Gol alugado, gastamos bem menos que o site calculou. Que bom! :)
Passamos por Junín de los Andes, uma pequena cidade perto de San Martín. Paramos num posto de gasolina, compramos duas garrafinhas d’água a P$ 7,0 cada uma e partimos para a estrada novamente. Demos adeus a Junín de los Andes com o tempo instável, meio chuvoso. Até então, nada muito especial para fotografar, a não ser o Lanin e uma paisagem ou outra.
Passado Junín começou o espetáculo. O Ruta0 calcula o tempo aproximado de 3:16h entre San Martín e Bariloche. Fizemos em 7 horas. É, a estrada é tão linda, paisagens, rios, lagos…. não deu para seguir em frente sem tirar muitas fotos. Era uma atrás da outra. Decidíamos seguir em frente, mas nossa paixão pela fotografia não deixava. Em cada canto víamos uma foto e parávamos para tentar capturar aquela beleza. Claro, impossível, mas dá pra ter uma noção…
Muitos quilômetros de reta intercalam com pedaços sinuosos da estrada, lagos de águas calmas, outros mais agitados, pontes que cruzam rios e que cruzam lagos enormes. Nossa! Que festa pra os olhos.
Tá, fotos e mais fotos e vamos nós. Lindos trechos de vegetação típica de deserto, formações rochosas incríveis e mais lagos. E, claro, mais fotos!
Depois soubemos através de um guia de turismo de Bariloche que os lagos pelos quais passamos no trajeto são artificiais e foram formados devido à construção de represas (encontrei-as facilmente no Google Earth depois). De qualquer maneira, a beleza é a mesma!
Muito bem sinalizada, a estrada tem acostamento em quase toda a sua extensão. Mas não conte com postos de gasolina, banheiros, bares… não tem. Ali é você, o carro e a estrada. Vez ou outra passa um carro, um caminhão, um condor, um cervo, um boi…. nada além disso.
Em vários locais existem placas indicando mirantes para observação de condores, ave muito comum na região.
Enquanto a estrada segue o rio, nos acompanha uma espécie curiosa de árvore que na época estava se recuperando do frio para florescer. Troncos bem escuros, um tom alaranjado muito bonito. Nosso guia em outro passeio nos falou o nome dessa árvore, mas não nos recordamos mais.
Vegetação variada, a maioria seca ainda se recuperando do inverno, dava o tom ao caminho, com seu ar de deserto. Fico imaginando como também deve ser bela essa estrada na primavera/verão. Se alguém souber os nomes das árvores que aparecem nas fotos, por favor poste nos comentários.
Mais para o fim do caminho a gente encontra o Vale Encantado, com suas lindas formas rochosas e o Rio Limay, verdinho, correndo abaixo…. visual perfeito para encerrar uma viagem perfeita!
Outra opção para o trajeto entre San Martín e Bariloche é o Paso Córdoba. Nós não fizemos, mas tem um post bacana dos NerdsViajantes sobre esse caminho.
Se vale a pena fazer o trajetto passando por Rinconada? Preciso dizer? Não vale só a pena, vale a galinha inteira! :P
Viagem super interessante para quem gosta de natureza, lindas vistas, fotografia e silêncio. Desaconselho para crianças muito inquietas e para pessoas insensíveis. Ambos ficarão cansados, entediados e aborrecidos.
Para quem não quer dirigir, algumas agências fazem o passeio pela Rota dos Sete Lagos, mas nenhuma delas oferece o passeio com a volta por Rinconada. Os ônibus que vão de Buenos Aires para Bariloche sim, passam por ali.
Nosso videozinho para ajudar a ilustrar:
Observações e dicas gerais:
Para dirigir na Argentina como turista você só precisa da sua habilitação normal aqui do Brasil. Na hora de alugar o carro eles pedem sua carteira de motorista.
Normalmente a velocidade permitida nas estradas pelas quais passamos na Argentina é baixa. Mesmo na Rinconada, que é uma estrada boa na qual você pode desenvolver bem, as placas indicam velocidades baixas. Nós não gostamos de arriscar e procuramos sempre seguir as regras locais. Não se arrisque.
Se você vai dirigir em locais de neve, antes de pegar a estrada verifique se as condições dela estão boas. Dependendo da estrada, pode acontecer de interditarem alguns trechos.
Se for passar por uma estrada com a presença de neve/gelo na pista, use pneus próprios. Nessas regiões, é comum usarem um tipo de pneu mais aderente e quando há neve, é imprescindível o uso do que em espanhol chamam de cadenas, que são correntes específicas que vão presas nos pneus. Tenha sempre no carro durante o inverno, mas antes aprenda a colocá-las.
Outros artigos sobre Bariloche e arredores:
– Sessenta dicas rápidas sobre Bariloche e região
– Como se vestir na neve
– Roteiro de 4 dias em Bariloche
– Circuito Chico e Cerro Campanário, Bariloche
– Hotel del Viejo Esquiador, San Martín de los Andes
– Hotel Nahuel Huapi, Bariloche
– Domingo de neve no Cerro Otto, Bariloche
– Villa la Angostura e Cerro Bayo
– Onde comer (ou não) em Bariloche e San Martín
– Cerro Catedral, o centro de esqui mais importante do hemisfério sul
– Isla Victoria e Bosque de Arrayanes
– Rota dos Sete Lagos, de Bariloche a San Martín de Los Andes
– Cerro Tronador e Ventisquero Negro
– Bariloche, Argentina. E tinha neve no paraíso!
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20 Comments
Carlos
15 de junho de 2015 at 16:23Ola Camila,
Então, primeiro lugar parabéns pelo site, está inspirador.
Estou pretendendo ir em setembro pra Bariloche, pra ficar uns 12 dias por lá. A princípio pensei em ir atravessar até o Chile, mas pelo seu relato e de outros, vi que dá pra preencher esse tempo ficando só na região de Bariloche/San Martin de los Andes. O minha apreensão é a época, setembro, a mesma que vc foi. Pelo que vi em algumas fotos, tempo nublado muitas vezes significa visual encoberto (passei por isso quando fui a El Chalten em dezembro, fui embora sem ver o Fitz Roy). Tenho medo de pegar dias chuvosos e enevoados, passeando pela estradas sem conseguir ver tudo o que as paisagens de lá têm a oferecer. Como foi pra você? Pegou dias assim?
Obrigado
Camila Guerra
15 de junho de 2015 at 16:46Oi, Carlos!
Pois é, cidade de montanha tem dessas coisas… Não dá muito pra prever o que vai acontecer.
Realmente peguei muitos dias nublados e chuvosos, o que não foi de tudo ruim. É claro que as paisagens ficam lindíssimas e muito mais alegres com sol, mas os dias frios e chuvosos trazem maior possibilidade de neve. Tanto que conseguimos ver neve caindo no Cerro Otto e foi muito legal. Logo depois nesse mesmo dia o sol abriu, e vimos a linda paisagem lá de cima.
Eu escolhi setembro por ser fora da alta temporada, ainda (tecnicamente) ter neve e a cidade estar mais tranquila, embora não deserta.
Mesmo com chuva conseguimos fazer alguns passeios. O negócio é encarar o tempo como ele vier, pois realmente é impossível prever o tempo na montanha.
Pegamos algumas “janelas” de sol no passeio ao Tronador, ao Cerro Otto e até na Sete Lagos.
Meu conselho é que, independente da época que escolher, não desanime se acordar de manhã e o tempo estiver fechado. É comum ele mudar várias vezes ao longo do dia.
[]’s
Leandro Leal
25 de março de 2015 at 01:30Estou querendo viajar de 11 a 17 de Agosto para Bariloche ou San Martin de Los Andes. Devo escolher em qual cidade ficar. Gostaria de uma sugestão sobre qual das duas cidades escolher ? Não temos a possibilidade de ficar na duas, ou seja, reservar dois Hotéis. O que queremos fazer é ir um dia para a outra cidade de carro.
Irei eu e minha esposa, em comemoração aos 5 anos de casados. Qual cidade escolher ? Levando em consideração os restaurantes, passeios para esquiar, compras e diversão noturna.
Obrigado
LEANDRO LEAL
Camila Guerra
25 de março de 2015 at 12:39Oi, Leandro!
Bariloche é uma cidade maior, com bem mais opções, especialmente para a noite. San Martin é menor, típica cidadezinha de montanha. Você também pode esquiar por lá no Cerro Chapelco e fazer outros passeios, mas acho que, no seu caso, a melhor opção é mesmo Bariloche. Dá para você conhecer um pouquinho de San Martin alugando um carro e fazendo um bate-volta.
[]’s
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19 de dezembro de 2012 at 11:02Helder Ribeiro
25 de setembro de 2012 at 13:22Oi Camila,
Parabéns pelo post e pelas belas fotos. Gostei muito. Seu roteiro está anotado e vamos fazer em uma próxima ida.
Muito obrigado por nos citar!
Abraços
Camila Guerra
25 de setembro de 2012 at 13:24Oi Helder, obrigada!
Acho que vão gostar. ;)
[]’s
Lillian Brandão
25 de setembro de 2012 at 00:01Oi Camila,
Adorei o post, principalmente as fotos. Parabéns!
Obrigada pela citação do Nerds Viajantes! :) Em uma próxima passagem pela região nós vamos experimentar esse seu roteiro.
Abraços,
Lillian.
Camila Guerra
25 de setembro de 2012 at 00:23Oi Lillian,
Prazer receber sua visita!
Obrigada! Sou admiradora do trabalho de vocês e não poderia deixar de citar seu post sobre o Paso Córdoba. Quero passar por ele quando tiver oportunidade.
[]’s,
Camila