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A hora mágica, ou hora dourada, facilita a captura de belas imagens na natureza

Fotografia para iniciantes – Dez dicas para fotografar melhor


Antes de qualquer coisa, acredito que devo ao leitor uma confissão: não sou fotógrafo, nem amador; considero-me um aprendiz de fotografia. Ponto. Por conta disso e do fato de que sei que alguns dos nossos leitores são excelentes fotógrafos, hesitei bastante até resolver postar o presente artigo.

Contudo, como aprendiz que já percorreu os primeiros passos da caminhada, acredito que possa oferecer aos iniciantes algumas dicas para quem quer ir além daquela foto básica sem graça.

As dicas que preparei valem para todos os tipos de câmaras, até mesmo as de celular. Afinal, ao contrário do que muita gente pensa, para conseguir boas fotos não é preciso ter uma câmara cheia de guerigueri. Claro, com uma câmara de celular você não terá o mesmo nível de controle que terá com uma DSLR mas, por outro lado, de nada adiantará se tiver uma câmara de alta qualidade e não conhecer detalhes básicos.

Por falar em tipos de câmaras, temos um artigo sobre câmaras, “Qual câmara comprar“, em que Camila deu algumas boas dicas para quem deseja aprofundar-se em fotografia mas não sabe qual câmara deve comprar.

Um detalhe importante é que as dicas que preparei servem principalmente para fotografia externa, na natureza ou na cidade, embora alguns detalhes também possam ser aplicados em fotografia em interiores.

Então, vamos às dicas!

1. Composição

Composição é a alma da fotografia. É a escolha correta do ângulo, do posicionamento dos elementos na cena, o que deve ser destacado e o que não deve. O que distingue um excelente fotógrafo de um mero aprendiz é principalmente a composição. Um bom fotógrafo pode usar um celular e conseguir uma foto digna de prêmio, enquanto um mau fotógrafo pode usar uma câmara profissional e fazer uma foto digna de ir para o lixo.

Um dos principais erros, cometidos por dez entre dez iniciantes, é a centralização do assunto principal na cena. Vai fotografar alguém com uma paisagem ao fundo? Sei que você não é macaco gordo mas, quebre o galho, não coloque a pessoa no meio do quadro! Fica horrível! Há casos em que você pode (ou deve) centralizar mas, na dúvida, não centralize!

Se o pássaro estivesse centralizado a imagem perderia força

Se o pássaro estivesse centralizado a imagem perderia força


Então, se estiver realmente interessado em fazer aquela bela foto, será preciso estudar um pouquinho – mas é estudo fácil, é rapidinho. E sua primeira lição é a Regra dos Terços.

Leia esse ótimo artigo sobre a Regra dos Terços e depois pratique bastante procurando aplicar o que leu.

2. Foco no assunto principal

Um dia você vê aquele pássaro diferente no seu jardim e resolve fotografar e compartilhar a foto. E todo mundo elogia… o seu jardim. Ninguém percebe o pássaro, que ficou lá, desfocado e perdido entre plantas, a cerca, o portão e aquele cachepô branco. “Nossa, que cachepô lindo!”, suas amigas dirão. Tudo porque você não deu ao passarinho o lugar de destaque que merecia na cena. Além de usar a Regra dos Terços, é preciso que o foco esteja no objeto principal, no que você deseja mostrar.

Se estiver usando o foco manual, procure fazer com que o assunto principal da cena fique em foco, deixando os demais elementos da cena fora de foco. Se estiver usando o foco automático, aí você terá que pressionar levemente o botão disparador e dar tempo à câmara para que calcule o foco corretamente. Normalmente ela emite um “bip”, indicando que já preparou o foco para você e que basta agora concluir o processo, prosseguindo com o pressionar do botão.

Se você apontar a câmara e pressionar o botão direto, o software da câmara não terá tempo para calcular foco, quantidade de luz, nada. E sua foto… vai ficar uma droga.

Consulte o manual da câmara, aquele livreto ou folheto que veio com ela e você não leu. Lá há instruções sobre como usar corretamente o foco automático do seu equipamento.

3. Simplifique

Se o assunto principal da cena que você quiser compor não for um pássaro ou outro bicho que se assuste facilmente, aproxime-se do objeto e faça com que sua atenção no objeto a fotografar seja óbvia. Procure preencher a maior parte do quadro com o objeto que você deseja destacar. Para você pode ter sido óbvio que a intenção da sua foto era mostrar um detalhe interessante na paisagem, mas será que quem olhar sua obra-prima vai entender isso?

Esta mariposa ocupa quase toda a área da imagem, não deixando dúvidas sobre a intenção de quem a fotografou

Esta mariposa ocupa quase toda a área da imagem, não deixando dúvidas sobre a intenção de quem a fotografou


Num local amplo, com paisagens exuberantes, é normal querermos levar para casa toda a beleza do local. Infelizmente, na maioria dos casos, um enquadramento abrangendo tudo vai produzir uma imagem sem graça e sem um elemento principal definido. O melhor, nesses casos, é procurar algum detalhe na cena e não tentar pegar tudo.

4. Use ISO baixo

ISO é a sensibilidade do sensor da sua câmara digital, normalmente ajustável. Quanto mais alto o valor do ISO, maior é a sensibilidade, ou a capacidade de capturar luz em um determinado tempo (não quero entrar em detalhes aqui para manter o artigo o mais simples possível). Então, quando há pouca luz, como geralmente acontece à noite ou em recintos fechados, uma das opções do fotógrafo é aumentar o valor do ISO para que seja possível fotografar sem flash ou capturar detalhes que nem mesmo o uso do flash resolveria, como fotografias da fachada de prédios em fotos noturnas e coisas do gênero. Além disso, há lugares em que não se pode fotografar com flash, como muitos museus e algumas igrejas.

A maioria das câmaras digitais tem controle de ISO e, normalmente, eleva o ISO automaticamente quando seu sensor detecta luz insuficiente no ambiente. O problema é que quanto mais alto o valor do ISO, maior é o ruído na sua foto. Sem entrar em detalhes técnicos, ruído são aquelas manchas e pontos mais claros que aparecem na imagem, sobretudo nas áreas mais escuras. Tanto quanto possível, use o ISO mais baixo que puder, começando normalmente com ISO 100. Coloque o controle de ISO em manual e, se precisar aumentar, tente obter sua foto com o ISO mais baixo possível.

Para fotografar o céu noturno é preciso usar ISO elevado, o que produz ruído na imagem. Em fotos desse tipo um tripé é indispensável.

Para fotografar o céu noturno é preciso usar ISO elevado, o que produz ruído na imagem. Em fotos desse tipo um tripé é indispensável.


O nível de ruído provocado pelo ISO alto varia de acordo com o modelo da câmara. Para você ter uma referência, a Canon T3i oferece valores de ISO de 100 a 6400, mas no valor mais alto o nível de ruído é bastante forte. Especialistas como Ben Long recomendam, especificamente para essa câmara, um ISO máximo de 1600, muito embora ela permita fotografar com até 6400.


5. Evite usar flash

Confesso que não sei, ainda, usar corretamente o flash da minha câmara, que já tenho há dois anos. Isso mesmo! Quase nunca uso, já que 99 por cento das minhas fotos são feitas ao ar livre. Na maioria das situações a luz do flash, principalmente o flash fixo da câmara, produz imagens artificiais e sem profundidade. Chapadas mesmo. Então, flash, só se não tiver outro jeito ou se quiser usar a luz do flash em casos muito especiais, como a técnica do flash de preenchimento.

E sobre esse assunto você pode obter informações nesse ótimo artigo sobre flash de preenchimento, do fotógrafo de montanha Waldyr Neto.

Na foto abaixo usei o flash para que nós aparecêssemos na imagem, que capturei à noite. Nesse caso não teve jeito.

Nesta foto o flash foi necessário, mas poderia ter sido mais suave para produzir um contraste mais bonito

Nesta foto o flash foi necessário, mas poderia ter sido mais suave para produzir um contraste mais bonito


6. Pouca luz? Use um tripé

Em alguns casos será praticamente impossível conseguir uma boa foto se houver pouca luz e você não puder (ou não quiser) usar flash. Usando o modo automático da câmara, se tentar obter uma foto em um ambiente com pouca iluminação e ISO baixo, o resultado será, quase sempre, uma imagem tremida, já que o software da câmara manterá o obturador aberto por mais tempo para capturar a luz necessária, a fim de produzir uma imagem suficientemente iluminada.

Para resolver isso, é indispensável o uso de um tripé. E como o pressionar do botão também pode causar alguma vibração na câmara, use o disparo temporizado ou um disparador remoto (com ou sem fio), se sua câmara oferecer essa possibilidade.

7. Posição do sol ou outra fonte de luz

A menos que você queira obter a silhueta de uma pessoa ou objeto, não fotografe contra a luz. O erro mais típico em fotos de pessoas com paisagem é coloca-las de costas para o sol ou um céu muito iluminado.

Exemplo de imagem em que a contraluz e a ausência do flash foram propositais, para captar a silhueta da pessoa

Exemplo de imagem em que a contraluz e a ausência do flash foram propositais, para captar a silhueta da pessoa. Mas há um problema: o horizonte está bem no meio da foto! Evite isso.


Procure, sempre que possível, fotografar de costas para o sol ou outras fontes de iluminação intensa, ou o assunto da foto ficará no escuro mesmo. Se não puder optar e tiver que fotografar contra o sol ou outra fonte de luz, use a técnica do flash de preenchimento.

8. A hora mágica

Se puder escolher, fotografe nas primeiras horas da manhã, até mais ou menos meia hora antes e depois de o Sol nascer e meia hora antes e depois do por do Sol. Principalmente, mas não só, em fotografia de paisagem. A luz nesses horários é mais suave e ajuda a criar imagens com cores mais bonitas e sombras com menos contraste.

A hora mágica, ou hora dourada, facilita a captura de belas imagens na natureza

A hora mágica, ou hora dourada, facilita a captura de belas imagens na natureza


Devido à qualidade e à cor da luz nesses horários, são conhecidos em fotografia como hora mágica ou hora dourada. Aqui um artigo em português sobre essa hora mágica e outro em inglês.

9. Mexa-se!

Ao encontrar um bom assunto para fotografar, não faça uma única foto e dê-se por satisfeito. Mexa-se, ande de um lado para outro, experimente outros ângulos, inclua outros elementos na cena. Na hora de escolher e/ou editar a foto, você terá mais opções para escolher a foto digna de ser compartilhada entre os amigos.

10. Aprenda com outros fotógrafos

Procure fóruns de fotografia, passeie pelo Flickr, conheça o trabalho de profissionais, pesquise. Depois de estudar os conceitos de composição, procure reconhecer esses conceitos nas fotos de profissionais. E como regras foram feitas para ser burladas, tente reconhecer quando os grandes fotógrafos quebram essas regras e conseguem fotos espetaculares (confesso que ainda estou engatinhando nessa arte).

Estude

Se você teve interesse e paciência e leu até aqui, é sinal de que quer melhorar suas fotos e está disposto a estudar. E nesse caso tenho algumas sugestões:

Escola Pública de Fotografia, de Sit Kong Sang (YouTube) – Com esse nome sugestivo, esse excelente canal do YouTube oferece cursos de fotografia em vídeo, todos ministrados pelo fotógrafo e instrutor Sit Kong Sang. Ainda não encontrei um canal, em português, que apresentasse tanto material e com tanta simplicidade como esse. Há material para iniciantes e iniciados em diversos níveis e, de vez em quando, Sit marca trabalhos de seus alunos e recebe fotografias para avaliação. Ele então grava um vídeo com todas as fotos recebidas e, uma a uma, analisa o que poderia ter sido feito para obter uma imagem melhor. Recomendo.

Workshop de Fotografia de Montanha, de Waldyr Neto (presencial) – Tive o privilégio de participar de uma dessas oficinas, divididas em dois dias, um com aulas teóricas e exemplos e outro com a aula prática em campo, com direito a uma caminhada leve. Esse curso vem atraindo pessoas de diversos pontos do país, sendo que algumas edições foram realizadas em Petrópolis e outras em Friburgo (RJ).

Procure um clube de fotografia em sua cidade – Há muitos clubes e associações de fotografia em diversos pontos do país. Em Petrópolis temos a SOPEF, Sociedade Petropolitana de Fotografia, onde tive o prazer de participar de um curso de introdução à fotografia, ainda na época do filme e em uma época em que a fotografia digital nem mesmo era cogitada. Cheguei até mesmo a revelar minhas próprias fotos (em preto e branco) na câmara escura do clube. É uma forma de entrar em contato com profissionais e amantes da arte fotográfica e de conviver com outros interessados.

Aliás, se você souber de algum clube ou associação de fotografia em sua cidade, deixe a dica nos comentários aí embaixo.

Espero que essas dicas simples lhe sejam úteis.

Boas fotos!

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Analista de sistemas, tradutor-intérprete e autor técnico, recarrego minhas baterias em trilhas por matas e montanhas de Petrópolis, RJ, minha cidade. Em viagens, prefiro os locais menos procurados e preferencialmente fora de temporada. Tenho como hobbies a fotografia e a astronomia observacional.

31 Comments

  • Estevam

    13 de julho de 2019 at 18:13

    Bom esse artigo Marcos. Recebi de um amigo que conhece meu problema.
    Fiz um curso online de fotografia e já li muita página no assunto e acho que domino as técnicas até que bem, mas não consigo sair do lugar. Tenho uma T2i. Será que não levo jeito, cara? Eu viajo muito a trabalho e sempre sobra um tempo pra um rolê, e só volto com imagem pra jogar no lixo. Tô frustrado com isso… Minha namorada zoa, diz pra mim esquecer a fotografia, tá difícil argumentar. Perguntando pra você por que não vai querer me vender curso e produto, que é o que todo mundo quer, sabe?

    Responder
    • Marcos J Pinto

      13 de julho de 2019 at 19:23

      Gente boa a sua namorada, heim?! ????
      Estevam, a primeira coisa que posso te dizer é: se isso é importante para você, insista e não desista nunca! Lembra daquela história do inventor da lâmpada, Thomas Edson, que só conseguiu êxito depois de centenas de tentativas? Pois é… e se ele tivesse desistido depois de tentar 50 vezes?
      Agora, se você volta com “fotos lixo” das suas viagens, toca aqui! Ano passado fizemos uma viagem de 18 dias e não salvei praticamente nada. Nada! Talvez uma ou duas, com boa vontade, das mais de mil que tirei. Este ano não foi diferente, mas até que o resultado foi um pouquinho melhor, mas ainda estão longe do resultado que eu gostaria de alcançar.
      Sabe qual o problema? Nosso nível de exigência aumentou mais rápido do que nossa habilidade. Vejo as fotos de alguns dos fotógrafos com quem aprendi e fico também frustrado por não conseguir alcançar o mesmo nível. O que é natural!
      Só há um jeito de melhorar suas fotos e não é assistindo a vídeos: fotografando. Que tipo de fotografia você mais gosta? Eu gosto mais de natureza e, por isso, minhas fotos de natureza são muito melhores do que as de cidade. Minhas fotos de cidade são praticamente todas muito ruins, porque não pratico muito nem procurei aprender, e aí…
      Outra coisa: não compare suas fotos com as obras de arte que vemos na Internet. Muitos desses caras têm anos de prática e não raro vivem de fotografia. Fazem isso o dia inteiro, estão sempre aprimorando a técnica e, o mais importante, só mostram as fotos boas. Geralmente, as fotos boas de um bom fotógrafo correspondem a mais ou menos 5% de todas as fotos que eles tiram! Ou menos!
      A Canon t2i é uma ótima câmara, estando abaixo das profissionais e acima das câmaras mais simples. Então isso não deve te limitar. A minha primeira DSLR foi uma t3i, nem tão diferente assim. Procure usar a câmara na posição “M” (manual), se ainda não o faz, e esforce-se para aprender se ainda não sabe. Não é difícil. Uma dica é colocar a câmara no LiveView e ir mexendo na velocidade do disparo (ou no f, ou no ISO…) para ver o efeito no visor de LCD. Aliás, eu faço muito isso em fotos noturnas. É mais fácil.
      Procure fotografar quando a luz estiver mais bonita, ao amanhecer e ao entardecer, com a luz mais dourada.
      Agora, vou contar um segredo: já tive vontade de jogar minha câmara no lixo diversas vezes, já fiquei meses e meses, quase um ano, sem pegar na câmara, exatamente pelo mesmo motivo, o que ainda acontece: percebo que não saio do lugar. E aí, conversando com o fotógrafo Waldyr Neto, cheguei à conclusão de que preciso também aprender como TRATAR melhor as fotos. Aí vale a pena aprender (de graça, no YouTube) técnicas no Lightroom. Dá para pegar aquela foto quase de se jogar fora e transformar em arte. É o que tenho feito e tenho certeza que, com o tempo, vou alcançar mais um degrau.
      Faça o seguinte: desafie-se a produzir doze (sim, 12) fotos boas no espaço de um ano. “Só” doze? Não é pouco. Ano passado acho que não produzi nem cinco fotos que me deixaram orgulhoso. Este ano deverá ser igual. Isso indica que tanto eu como você temos níveis altos de exigência. E isso é muito bom.
      Pratique, pratique, pratique, aprenda com os erros.
      E não vou tentar te vender nada, juro. A menos que você precise de alguma tradução ou de algum aplicativo para celular. :-)
      Agora, por que você diz que as fotos são lixo? A luz? As cores? A composição? Tente identificar cada uma dessas áreas e vá aprimorando cada uma delas. O mais subjetivo é a composição mesmo.
      Normalmente, uma boa foto exige, acima de tudo, TEMPO. Se você resolver fotografar algo, planeje a saída, chegue ao local cedo, procure o melhor lugar, faça algumas fotos rápidas para encontrar o melhor ângulo/composição, e aí monte o tripé (se for o caso, claro). Não faça uma foto, faça 30, 40, 50… Em casa, escolha as 5 melhores e depois escolha a final UMA foto.
      Aquelas fotos que a gente faz em viagem, uma atrás da outra, cada uma de um lugar, aquilo é tirar retrato, fazer registro da viagem, não fazer fotografia. Isso eu faço aos montes. :-) Fotografia para fazer a namorada dizer “uau” tenho bem poucas.
      É isso.
      Boa sorte e aproveite o domingo para fotografar alguma coisa. Nem que seja a cara de desdém da sua namorada. :)

      Responder
  • João Luiz

    28 de setembro de 2015 at 22:02

    Marcos, queria saber se você acha que vale a pena um curso de introdução como o da SOPEF ou se alguém que não sabe nada mas gosta muito (meu caso) de fotografar pode aprender sozinho? Será que vale a pena ficar dando cabeçada ou o curso é muito útil? Você fez algum curso no início da sua carreira? Por enquanto só fotografo com o iphone, mas tô pegando muito gosto e pretendo mergulhar de cabeça. As pessoas gostam muito das minhas fotos. Você dá curso em algum lugar? Ou recomenda algum específico pra quem nem sabe qual camera vai comprar?
    João

    Responder
    • Marcos José Pinto

      28 de setembro de 2015 at 22:27

      Olá João!
      Fiz o curso da SOPEF há muitos anos, ainda na época da fotografia de filme – cheguei a revelar minhas próprias fotos. Foi bacana e acho que para quem está sem saber por onde começar é, sim, uma opção. Agora, naquela época não existia qualquer outra fonte de aprendizado, o que não ocorre hoje. Agora há bons cursos online, pagos e gratuitos, e eu mesmo aprendi bastante com alguns deles. Então, vai depender muito do seu perfil. Se você tiver facilidade para aprender sozinho, há informações à vontade disponíveis online. Por outro lado, em um curso presencial é possível tirar as dúvidas com mais facilidade e há ainda a troca de informações com os colegas.
      Para não dar cabeçadas, leia muito, muito mesmo. Mesmo fazendo o curso da SOPEF, ou qualquer outro, você vai ter que ler bastante e, principalmente, praticar.
      Se hoje você só usa o iPhone e quer mergulhar de cabeça, melhor começar com uma câmera “super zoom”. Sobre isso, há excelentes dicas no artigo, “Qual câmara comprar“, cujo link está aí em cima, nesta matéria. Se preferir, pode ir direto para uma DSLR, mas elas são bem mais caras e exigem mais de você no início, principalmente do bolso.
      Não dou curso em lugar nenhum porque ainda sou aprendiz, como você.  A diferença é que já andei um pouquinho e estou um pouco na sua frente. Mas não tenho “cacife” para dar cursos.
      Leia os outros artigos sobre fotografia aqui do blog, inclusive as entrevistas. E fique de olho pois estou preparando mais um artigo para iniciantes, mas que não vai servir para fotografia de celular.
      E veja também o link que coloquei no fim da matéria, com o curso do Sit Kong Sang, que é para iniciantes.

      Responder
    • João Luiz

      28 de setembro de 2015 at 22:52

      Eu visitei o seu flickr e pra mim te acho profissional.
      Já tinha lido essas dicas do artigo sobre camera, mas um amigo vai me emprestar a dele que troca lente pra eu experimentar por um tempo. Está querendo vender e talvez eu compre, é uma Canon T2 já usada. Só vou decidir depois. Até visitei o link do Sit Kong e achei que não vou ter paciência pra aprender o beabá sozinho. É muito detalhe, entende? Fiz uma pesquisa e tem tanta lente, modelo de camera e um monte de acessórios que não sei o que fazer. Fico com medo de desistir antes de começar. Estou perdido hehehehehe então achei que um curso pode me ajudar nisso. Comecei a pensar em fotografia estruturada depois de visitar a Chapada Diamantina. Já foi? É lindo lá. Fiz boas fotos com o celular mas teve coisa que não deu pra pegar, senti falta de algo mais. Igual as fotos que vocês tiram do pôr do sol. Eu quero conseguir fazer isso também, mas não sei como.
      Eu cheguei no blog de vocês por causa de uma foto que vocês tiraram de uma montanha de manhã que um amigo me mostrou. E ele sabe que tenho fascinação pelo sol se pondo ou nascendo. Então é isso que eu quero e com o celular não consigo nada que preste dessa hora. Fica tudo ruim.
      Obrigado, Marcos. Vou me informar na SOPEF, fiquei animado

      Responder
      • Marcos José Pinto

        28 de setembro de 2015 at 23:21

        Olá João.
        Ainda não fomos à Chapada Diamantina. Está na lista.
        Esqueça os mil acessórios e o monte de lentes. Se vai pegar uma que troca lentes, é uma DSLR. Para começar, não precisa usar mais do que uma lente. Se tiver uma 18-55 mm (é a padrão que vem com a câmara) já está de bom tamanho. A câmara e um tripé razoável já estão ótimos para começar. Mais do que isso é jogar dinheiro fora e complicar sem necessidade. Com o tempo, você vai aprender sozinho o que vai precisar. E tudo vai depender do tipo de fotografia que pretende fazer. Para fotografia de paisagem, quanto maior o ângulo (quanto menor o valor em mm), melhor. A lente mais simples, que costuma vir com a Canon DSLR varia de 18 mm a 55 mm, por aí.
        Aliás, essa lentezinha de 18-55 mm é a que uso nas minhas fotos, nada mais do que isso. E às vezes uso uma outra lente (que vai de 75 mm a 300 mm) quando quero um zoom mais forte, mas uso bem pouco, porque cai a qualidade ótica (muito zoom, menos luz no sensor, mais ruído na imagem). Tenho apenas essas duas lentes, mais nada. E muitas vezes só levo uma comigo, especialmente em montanha, por causa do peso.
        A Canon T2 é bem antiga, mas é boa. Veja se está em boas condições. Ao contrário do que se acredita, a foto digital não sai “de graça”. As câmaras têm vida útil e geralmente começam a dar problema depois de 20-30 mil cliques, dependendo da marca e do modelo. O conserto é caro.
        Fotos do pôr do sol exigem tripé e constante controle da fotometria. A luz muda minuto a minuto. Apontar a câmara para o sol e deixar o visor aberto é uma péssima ideia, pois estraga o sensor da câmara. Então tem que ser feito sem olhar no LCD, tem que ser pelo visor mesmo.
        A primeira coisa que você precisa fazer é estudar bastante composição. E isso é um aprendizado constante. Não tem fórmula mágica, mas há algumas dicas importantes, como a regra dos terços, por exemplo. Depois é preciso começar a entender a relação entre tempo de exposição, abertura do diafragma e valor do ISO, que é a sensibilidade do sensor. E nem precisa decorar nada, isso vai com a prática – as câmaras modernas têm fotômetro e indicam se a quantidade de luz está ok. Será bom também já ir estudando o histograma.
        Depois me conta sobre o curso. E mostre as fotos.

        Responder
    • Marcos J Pinto

      23 de janeiro de 2015 at 00:26

      Oi Silmara!
      Muito obrigado, fico feliz que tenha gostado!
      Preciso preparar a segunda parte deste artigo. Já estão me cobrando. :)

      Olha, o site que indico é a Escola Pública de Fotografia, de Sit Kong Sang (YouTube), cujo link está na matéria. Nesse mesmo link, o Sit, um cara muito bacana, costuma indicar alguns livros. Como não li livro nenhum, fica difícil para eu indicar.
      Mas ficou a sua dica, vou dar uma pesquisada e ver o que há por aí para indicar.

      Muito obrigado pela visita, volte sempre! :)

      Marcos

      Responder
  • Raquel Lopes Da Silva

    5 de agosto de 2014 at 15:37

    Olá, Marcos!
    Eu adorei esse site, muito bem planejado e absorvi muitas coisas.
    Estou me interessando por fotografia, e gostaria de saber se você tem algum editor especial.
    Obrigada, um abraço.

    Responder
    • Marcos

      5 de agosto de 2014 at 20:43

      Olá Raquel,
      Ficamos felizes que o blog lhe esteja sendo útil!
      E editor que uso para a maioria dos ajustes é o Camera RAW, um plugin que acompanha o Photoshop. Isso porque fotografo no formato RAW e nunca edito o jpg.
      Então, uso o Bridge para selecionar as fotos e definir o que quero, abro as fotos no Camera RAW para fazer todos os ajustes necessários (brilho, contraste, sombra, etc) e só no fim abro a foto no Photoshop, para algum ajuste fino.
      Tenho também o Lightroom, porque faz parte do pacote da assinatura da Adobe, mas até hoje usei muito pouco, pois estou habituado a usar o PS. Mas para quem nunca usou nenhum, é uma ótima opção. Tenho amigos que usam somente o LightRoom e conseguem resultados excelentes.
      Um abraço!
      Marcos

      Responder
  • Vinnicius Veloso

    27 de março de 2014 at 11:43

    Amigo Marcos!
    Belo artigo! Dicas preciosas.
    Estou estudando tudo que encontro de relevante. O Blog com esse artigo sem dúvida, ajuda a todos aqueles, como eu, que dá seus primeiros passos na arte de fotografar.

    Obrigado

    Responder
  • Jeanlucas

    20 de janeiro de 2014 at 18:19

    Olá Marcos, estava afim de começar um hobbye, lia varias coisas sobre câmeras e vi que tem muitas velhinhas melhores que algumas atuais. Achei uma semi nova bem interessante e gostaria de saber sua opnião se serve para um aprendiz, como muita gente diz a câmera é só uma extenssão do do fotografo. É uma DSC F828 Camera, Flash externo, filtro UV, difusor para flah pop-up da cam, duas baterias + carregador e parasol

    Responder
    • Marcos J Pinto

      20 de janeiro de 2014 at 21:57

      Olá Jean Lucas,
      Não conheço a câmara, mas pelos reviews que vi você está muito bem servido, principalmente para começar. Uma das boas notícias é que ela grava também em formato RAW, o que te permite usar a imagem como ela foi capturada pelo sensor e “revelá-la” em uma câmara escura digital (como o Adobe Camera RAW ou mesmo o Adobe Lightroom).
      Um detalhe a observar ao comprá-la é o número de cliques já disparados. Toda câmera tem um limite nominal de cliques até precisar de manutenção no obturador. Não sei qual seria para essa marca e modelo, mas normalmente as mais novas ficam na casa de 30 mil cliques. Mesmo assim, se o preço estiver bom, vale a pena.
      Para saber a diferença e as vantagens (ou desvantagens) de uma Superzoom de qualquer marca e uma DSLR idem, leia nosso artigo sobre o assunto: http://bit.ly/qual-camera
      Boa sorte e boas fotos!
      Marcos

      Responder
  • Sadir

    17 de janeiro de 2014 at 17:33

    Marcos,
    Queria saber se na foto da hora mágica/dourada você usou algum filtro.
    Gostei do artigo e aproveitei p/ ver outras fotos de vocês. Acho que devem escrever mais sobre fotografia, que já vi que tem muito pra ensinar.
    Um grance abraço!

    Responder
    • Marcos J Pinto

      17 de janeiro de 2014 at 17:56

      Olá Sadir,
      Que bom que você gostou do artigo!
      Mas tenho muito mais para aprender do que para ensinar, sério! :)
      Nessa e nas outras fotos que fiz no Sino usei apenas um filtro polarizador. Contudo, como o sol estava muito baixo, não fez muita diferença no resultado final.
      Normalmente corrijo exposição, contraste e outros detalhes na câmara escura digital, mas dei uma olhada agora nos arquivos de pós produção para verificar e praticamente não alterei a foto.
      No alto da montanha, no nascer do sol, com o sol muito baixo, essa tonalidade de luz é muito comum, é assim mesmo.
      Dê uma olhada em nossas fotos ao nascer do sol nestes dois outros posts:
      Alvorada no Ventania: http://bit.ly/KfJrMv
      Alvorada no Castelinho http://bit.ly/WiD5iz
      Veja também nossos outros artigos sobre fotografia. Destaque especial para a entrevista com o Flavio Varrichio: http://bit.ly/1mbbYyY
      Obrigado pela visita e volte sempre! :)
      Um abraço.
      Marcos

      Responder
      • Sadir

        17 de janeiro de 2014 at 21:12

        Obrigado Marcos! Eu já tinha visitado essas fotos, todas bonitas mesmo.
        Ganhei de presente de Natal da minha esposa uma Sony HX200. Você acha que ela tem nível para tirar fotos como as de vocês? Estou fazendo pesquisas sobre acessórios, é que sou um cara da natureza também e sei que tem coisa que pode ajudar. Mas fiquei muito surpreso que você não usou filtro. Nem achei que fosse possível fazer fotos assim sem nada. Estou lendo muito. Já li todos os seus artigos sobre fotos. Aguardo mais.
        Um grande abraço!

        Responder
        • Marcos J Pinto

          17 de janeiro de 2014 at 21:36

          Sadir,
          Não conheço a câmara, mas pelo que vi sobre ela online, você está muito bem servido, principalmente para começar. É uma super-zoom, o que significa que você não vai precisar ficar trocando lentes. Se praticar bastante, depois de algum tempo vai querer passar para uma DSLR. Isso aconteceu com a Camila (eu fui direto pra DSLR assim que pude, pois já conhecia alguma coisa).
          Agora, muito mais importante do que a câmara é a prática. E, como digo no artigo, a composição. Depois da composição, é preciso aprender a fotometrar e, depois de errar muito, começar a não acreditar na fotometria dada pela câmera e a usar sua experiência.
          Após algum tempo, você já vai fazer a foto pensando na pós-produção. As fotos da alvorada no Ventania tiveram que sofrer alterações fortes de exposição devido ao alto contraste, por exemplo, e eu já sabia disso na hora, já que não dispunha de um filtro graduado. Mas isso você só vai aprender com o tempo. Tenho essa câmara desde 2011 e só no ano passado comecei a fazer fotos melhores – e ainda erro muito.
          Fotos como aquela sem filtro são possíveis quando se fotometra corretamente na hora da foto.
          O único fator limitador que vi na sua câmara é o fato de não gravar em RAW. Mas isso não te impede de obter excelentes imagens, só limita na hora de pós-produzir.
          Uma dica pra você aprender muita coisa é este canal do YouTube: http://bit.ly/LrCzNo
          Boa sorte e boas fotos!
          Marcos

          Responder
  • Sél

    28 de outubro de 2013 at 02:52

    Olá Marcos
    Cheguei ao site com o objetivo de ler sobre caminhadas e trilhas, mas como o assunto fotografia também é muito presente no site, uni minhas duas paixões ^___^
    Gostei bastante dos seus esclarecimentos, simples e para uma fotógrafa (acho que sou mais uma apaixonada por fotografia rsrs) como eu, entendeu perfeitamente. Adquiri a 2 meses uma Fuji s2980, bem básica – até porque não saberia “aproveitar” todas as funções de uma câmera mais profissional – e suas dicas serão lembradas nas minhas futuras fotos. Obrigado. Abraços.

    Responder
    • Marcos J Pinto

      28 de outubro de 2013 at 11:27

      Olá Sél!
      Muito obrigado pela visita!
      Fico feliz que tenha gostado das dicas.
      A atração por fotografia é praticamente uma consequência direta das caminhadas em montanha. A gente fica querendo tentar levar para casa toda aquela beleza. :)
      Volte sempre! :)
      Um abraço.
      Marcos

      Responder
    • Marcos J Pinto

      1 de outubro de 2013 at 20:47

      Olá Carla!
      Fico muitíssimo feliz que tenha gostado!
      E você está certa, se deixarmos de ser aprendizes, acabou-se a diversão! :)
      Volte sempre!

      [ ]s
      Marcos

      Responder

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