A Trilha do Carteiro é uma bonita trilha na cidade de Tiradentes, MG. Passa pela famosa calçada dos escravos, um longo caminho formado por grandes pedras colocadas ali pelas mãos dos negros escravizados da época.
A vista da Serra de São José é muito bonita, além das piscinas naturais de água cor de coca cola, tudo lindo!
Trilha fácil, um pouco confusa em alguns pontos para os que vão pela primeira vez. Mas, nosso guia Vinícius conhecia a região muito bem e fizemos uma caminhada tranquila.
Fomos acampar em Tiradentes, chegamos numa sexta feira e fomos procurar agências para agendar uma das caminhadas que havíamos visto dias antes, pela Internet. Por mero acaso, paramos o carro em frente à agência Tiradentes, mas estava fechada. Chamamos, batemos… nada. Andamos, almoçamos, voltamos. Fechada. Fomos então na secretaria de turismo que fica na pracinha da cidade. Chegando lá, nos indicaram a mesma agência. Perguntamos sobre a Uai Trip (que havíamos encontrado pela Internet) e o rapaz não sabia dizer exatamente onde ficava. Saímos com um mapinha na mão, perguntamos a uma moça que ficou na dúvida… e, coincidentemente encontramos o carteiro. Ah, ele tem que saber! E sabia. Nos indicou onde era, fomos lá e fechamos o passeio para o dia seguinte.
Animados, esperamos o dia seguinte, que chegou chuvoso. Abrimos a portinha da barraca e vimos o céu cinza, a grama molhada, o ruço tomando conta. Ahhh! Essa não! Desistimos.
O horário combinado era 09:20 na porta da agência. Cochilamos mais um pouco na esperança de que, quando acordássemos, o tempo teria melhorado. Nada! Tempo ruim.
Às 09:00 conseguimos falar com a agência para informar que havíamos desistido do passeio. Nos disseram que, em Tiradentes, o tempo normalmente amanhece ruim nessa época, mas depois vai melhorando ao longo do dia. Reanimamos, corremos para trocar de roupa e chegamos na agência a tempo de pegar o grupo para a Trilha do Carteiro. Ufa!
Que bom, pois o tempo foi realmente melhorando ao longo da caminhada e pegamos alguns trechos com bastante sol.
A agência Uai Trip fornece um lanchinho (1 fruta, 1 biscoitinho Club Social e 1 suquinho de caixinha), 1 garrafinha dágua e capas de chuva numa mochila, além de bastões de caminhada (de madeira). Tínhamos a nossa mochila, nosso bastão e nossa capa. Aceitamos o lanchinho e partimos com o guia Vinícius para a trilha.
Ainda no trecho de caminhada dentro da cidade, nos divertimos com um cachorro muito escandaloso que quando nos viu (tanto na ida quanto na volta) pulou em cambalhotas, enlouquecido, o muro para dentro da casa a fim de nos intimidar com sua ira feroz. Gargalhadas aos montes, começamos bem a trilha. :D
No caminho o guia foi explicando detalhes sobre a cidade, a Serra de São José, curiosidades sobre plantas e um pouco da historia do local, mas antes, na entrada da trilha, fizemos com ele um aquecimento para avisar o corpo sobre a caminhada e um outro para avisar a mente que tínhamos companhia na trilha. :)
O guia desviou em alguns trechos fugindo de caminhos mais lamacentos. A trilha é tranquila com alguns pedaços de subida, mas nada demais.
Logo no início ele nos mostrou a planta que serve de “trampolim” para os micuins (larvas de carrapatos) atacarem os humanos. Embora tivéssemos visto muitos excrementos de boi pelo caminho, não me dei conta de que voltaria para casa carregando algumas dessas criaturinhas chatas pelo corpo. Bem, os micuins nos renderam muita coceira, mas isso é história para um outro post. Mas, fica a dica: eles povoam a trilha e gostam de sol. O ideal é ir depois de dias chuvosos.
Para quem gosta de fotografar, compor as fotos tranquilamente e aproveitar o tempo na mata, a trilha guiada não é legal. O tempo é curto, o guia cumpre o horário e a gente vê tudo passar muito rápido. Mas, quando não se conhece o local, o guia é importante. Uma opção para os bolsos mais fartos é contratar um guia exclusivo. Como não era nosso caso, seguimos o grupo como pudemos.
A trilha passa por lindos trechos de variadas paisagens. Dentro da mata ou fora dela, encontramos ótimos motivos para muitas fotos.
Todo o trecho dento da mata é muito bonito. Muitos sons da mata, passarinhos, água, vento… vontade de ficar por ali em silêncio observando tudo mais um tempo.
Saindo da mata achamos outros trechos interessantes, até que chegamos na calçada dos escravos. Aqui todo o cuidado é pouco pois o lodo acumulado nas pedras trás o risco de um escorregão, ou vários.
A Calçada foi construída por escravos no período das explorações do ouro, quando se buscava vias de escoamento menos árduas para facilitar o transporte de alimentos e outros produtos.
Subindo a calçada temos um visual muito bacana da cidade de Tiradentes e da região à sua volta.
Também o caminho para as piscinas naturais é muito bonito, com areia branca que vem das rochas em seu entorno. Encontramos também bonitas formações.
Nosso guia foi contando curiosidades da mata, suas características, plantas e suas peculiaridades.
Passamos então pelo túmulo do carteiro, lenda que dá nome à trilha. Conta-se que, em épocas longínquas, o carteiro fazia esse trajeto para transportar a correspondência da cidade. Quando aconteceu o movimento da Inconfidência Mineira contra a coroa portuguesa, o carteiro levava a correspondência entre os rebeldes e por esse motivo a coroa armou-lhe uma emboscada, assassinando-o no caminho. Onde o carteiro suportamente morreu foi feito um túmulo. Reza a lenda que os visitantes que passam por ali devem fazer um pedido e jogar uma pedra no túmulo, para que o carteiro leve o pedido, que será então realizado.
Após o túmulo do carteiro, descemos um pouco e chegamos nas piscinas de água cor de coca-cola. Muito legal! Água geladinha, mas só deu mesmo para refrescar os pés.
Infelizmente ficamos pouco tempo por lá, mas deu vontade de ficar o dia todo. As piscinas são pequenas, mas muito bonitas.
Na descida, muito cuidado novamente na calçada dos escravos para não levar um tombo.
Retornamos à agência onde estava nosso carro e o guia nos levou até um restaurante, onde almoçamos.
Depois de quase termos que agarrar nas pernas dos garçons para que alguém nos atendesse, pedimos então o famoso frango com quiabo, típica comida mineira, no restaurante da Mercês. Queríamos pedir a bebida, mas o garçom saiu para entregar o pedido, prometendo retornar já já. Novamente tivemos que sair à caça de alguém que nos trouxesse 2 caipirinhas. Finalmente depois de 1 hora chegou nosso pedido. Tudo ótimo, mas o frango deve ter vindo direto da Adams… chiclete puro!
Depois do almoço voltamos para o Camping Tradentes felizes pela caminhada bacana.
Para ver mais fotos da trilha do Carteiro, visite nossa página no Facebook.
Outros artigos sobre Tiradentes:
– Acampando em Tiradentes, MG
– Trilha do Carteiro, Tiradentes MG
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8 Comments
Fabio Fliess
3 de junho de 2014 at 19:19Oi Camila.
Muito legal “topar” com esse texto hoje.
Eu e Letícia passamos a lua de mel em Tiradentes e acabamos fazendo a travessia da Serra de São José. Estava revendo umas fotos hoje!!!
As trilhas de Tiradentes são realmente demais! Ainda quero voltar e fazer a travessia noturna… Deve render fotos incríveis!!
Parabéns pelo post.
Abraços.
Camila Guerra
3 de junho de 2014 at 23:45Valeu, Fábio!
Eu e Marcos estamos planejando voltar lá em breve para fazer outras trilhas. A noturna nos interessou muito também, mas na época não deu pra fazer.
Achei a região muito legal.
[]’s
Folli
31 de maio de 2013 at 00:49Olá Camila.. gostei do seu site… ele tem ótimas referencias, quem me dera fazer todos esses passeios..
bem, …preciso de uma pequena ajuda, uma informação apenas:
Onde fica a entrada da trilha do carteiro… onde começa a trilha pela Serra de São Jose?
Vi nas fotos umas placas de madeira com os nomes, etc…
Se puder me apontar isso em coordenadas eu acho no Google Earth… depois me viro pra encontrar.
Já andei por alguns lugares por aí, em trilhas bem mais complicadas, e sempre sem guias… nada contra esses simpáticos profissionais, mas prefiro fazer as coisas do meu jeito…. parar quando eu quiser parar, seguir quando eu decidir, fotografar e meditar a vontade sobre o que estou vendo..sem estar condicionado a outras coisas…Daí a pergunta!
Ficarei grato pela sua gentileza e seu tempo!
https://plus.google.com/u/0/110552904908108942003/about
Camila Guerra
31 de maio de 2013 at 02:54Oi, Folli!
Te entendo. Também gostamos de parar muito para fotos e para observar a natureza com mais calma…
É bem fácil achar a entrada. Você pode perguntar por lá, todo mundo conhece a trilha. No caminho há uma placa indicando “Trilha do Carteiro”. Depois há uma placa indicando unidade de conservação ambiental. Achei mais complicada a orientação lá na trilha pra quem vai pela primeira vez. Chegar na entrada é moleza. Até o Google Street View foi até lá: http://bit.ly/ZxcvG7
[]’s
Folli
4 de junho de 2013 at 17:09Obrigado Camila… eu achei no google earth o que poderia ser a entrada… localizada na extremidade esquerda da serra de são jose (pra quem olha da cidade)…a referencia que vc me deu tá do outro lado,..valeu a informação!
obrigado… se um dia quiser saber algo sobre a Patagonia, eu sei um pouquinho sobre esse lugar…. não tenho blog nem nada, mas pode me escrever.
abraços e sucesso pra vcs
folli
Camila Guerra
4 de junho de 2013 at 20:21Patagônia está nos nossos planos sim, espero podermos ir em breve. :)
Obrigada! Qualquer coisa aqui estamos às ordens também. Volte sempre.
[]’s
Antonio
19 de janeiro de 2017 at 18:08Fomos nessa trilha e andamos por aproximadamente uma hora. Trilha pesada pra iniciantes, um pouco exaustiva e praticamente sem sinalizaçao. Perguntamos para outros andantes mas todos desconheciam as atrações. “So tem pedra e mato” foi a maioria das respostas. Não se aventure por conta própria. A trilha tem no minino 3 horas de caminhada e varias bifurcações, não acredite nos dizeres: E logo ali, vc esta chegando, vc está perto, e tudo longe. Va preparado. Ideal para emagrecer 25 quilos num dia.
Camila Guerra
20 de janeiro de 2017 at 10:44Olá, Antonio!
Obrigada pelo comentário.
Realmente a trilha não tem muita sinalização e por isso avisamos no post que ela é um pouco confusa. O ideal é ir com um guia para não correr riscos.
Sobre o fato dela ser pesada, depende. Para os sedentários ela pode exigir realmente muito esforço, mas para quem está acostumado às atividades físicas ou às trilhas, acho que nem tanto.
E você lembrou bem, o “logo ali” dos mineiros costuma ser mais longe do que a gente imagina… :)
[]’s