Havia lido muito sobre Cusco e todos os comentários sempre eram positivos. Sempre a cidade era considerada charmosa, farta em restaurantes, agências de viagem, lojas de material de esporte, diversão, vida noturna e pontos de visitação. Tudo o que o viajante precisa, né? Fui conferir e vi que os comentários procedem totalmente. Cusco é mesmo um charme.
Soroche? Que mal é esse?
É. Não vá pensando que o soroche não é de nada pois ele é chato sim. É verdade que ele não ataca todo mundo, mas não tem como saber como o seu corpo vai reagir à altitude nos 3.400m de Cusco. Soroche é o que chamamos aqui de mal da altitude, mal da montanha ou mal da altura. Em áreas mais altas existe menos oxigênio no ar e isso faz com que nosso sangue receba menos oxigênio do que está acostumado. Até se adaptar a essa mudança, nosso organismo fica meio “doido” e o resultado é enjôo, vômito, falta de ar, tonteira, sono. Por isso o descanso no primeiro dia é essencial. Faça o menos possível de esforço físico para que seu organismo não precise usar muito oxigênio. Se você obedecer a essa regrinha básica, no segundo dia já estará suficientemente adaptado para fazer o que quiser. Todo mundo tem isso? Não. Mas você quer mesmo arriscar? Então sossegue e dê essa chance pro seu organismo se acostumar.
O soroche é um ponto muito importante e pode atrapalhar toda a sua viagem. Por isso, recebeu um post dedicado todinho a ele: “soroche ou mal da altitude – o que é e como evitar“.
A Plaza de Armas de Cusco
A Praça de Armas de Cusco é linda, super bem cuidada e muito interessante. Perder um tempo ali sentado em um dos banquinhos observando o movimento, precisa entrar no “roteiro do viajante” que vai a Cusco. Ali se vê de tudo. Uma diversidade cultural incrível! Gente de todas as idades, todas as nacionalidades, de todas as “tribos”!
Numa de nossas passeadas pela Praça de Armas, uma bandinha chegou, entrou em formação, tocou uma música típica e se foi tão rápido quanto chegou. Leve sempre a câmera com você!
Vale a pena ficar num hotel nas imediações da Praça de Armas. Por ali se acha de tudo. É claro que os hotéis mais distantes são mais baratos. Mas a dica aqui é: evite ladeiras. E há muitas delas em Cusco. Como expliquei acima, o soroche faz a gente cansar mais rápido e além disso, ficar subindo ladeira toda hora desanima. Nós ficamos no hotel Royal Qosqo, simples mas extremamente bem localizado, logo atrás da praça, sem ladeira nenhuma, pertinho de tudo. Adorei a localização do Royal Qosqo.
Tem pontos negativos? É, bem… um talvez. No início o pessoal que vende artesanatos, passeios, pinturas e afins faz “parte da paisagem” charmosa da praça e você se diverte com eles, agradece e até compra uma coisa ou outra (nunca sem pechinchar, heim!). Depois começa a ficar meio chato. Sério, são muitos. Por onde você anda tem alguém te oferecendo alguma coisa pra comprar. Eles insistem, baixam preços, caminham com você. Não são violentos nem mal humorados, pelo contrário. Mas eu não me sentia bem simplesmente ignorando a pessoa. Agradecia e negava, mas repetir isso o tempo todo acaba cansando. Se você conseguir ignorar sem se sentir “mal educado”, acho que vai bem. :)
Na Praça de Armas ficam a Catedral de Cusco e a Igreja da Companhia de Jesus. Ambas imponentes e super fotogênicas, dominam a paisagem com sua história. Não entrei em nenhuma das duas por dois motivos: o primeiro foi o tempo. Não deu tempo. O segundo foi a grana, que estava curta. As igrejas não fazem parte do boleto turístico que eu havia comprado e as entradas não eram tão baratinhas assim para o nosso bolso nessa viagem. Por falar em boleto turístico, ele tá explicadinho no post que falo sobre a preparação da viagem a Machu Picchu mas, pra resumir, é um boleto que reúne vários pontos de visitação de Cusco e arredores e sai mais barato do que comprar as entradas nos locais. Se vale a pena? Vai depender muito do que você pretende fazer por lá.
Que história é essa de umbigo?
Tá, tudo lindo. Mas porque Cusco é o umbigo do mundo? Ah é, explico: Cusco é o nome espanholizado da palavra Qosqo, que era o verdadeiro nome da cidade antes dos conquistadores espanhóis colocarem suas garras na região. Qosco, palavra Quechua, significa “umbigo do mundo”. E Cusco, ou Qosco, era a capital do império Inca, o centro de tudo. A cidade foi por um período a principal cidade da América do Sul e todos os caminhos conduziam a ela. Cusco detém o título (concedido pela Unesco) de patromônio cultural da humanidade.
O que há em Cusco?
Cusco é uma “cidadezinha grande”. Com cerca de 400.000 habitantes, é maior que a cidade onde moro atualmente, Petrópolis tem cerca de 300.000.
Não deixe de passear pela Calle Loreto. Ali se tem uma pequena prova do trabalho de construção do povo Quechua e sua excelência em fazer construções de pedra. Entre as pedras você não coloca nem uma folhinha de papel.
No início da Calle Loreto há um Starbucks. Contraste! :)
São muitas ruas de pedra interessantes, museus, igrejas, comércio, etc.
História curiosa tem a Av. El Sol. Contou-nos um dos guias que onde hoje é a Av. El Sol, passava um rio que também cortava a praça Regozijo (de onde sai a maioria dos passeios) e a Praça de Armas. O rio ainda existe, mas atualmente corre totalmente tapado, abaixo da Av. El Sol e abaixo de alguns prédios da Praça Regozijo.
Alimentação
Em Cusco se encontra todo tipo de comida a todo tipo de preço. Minha dica pra quem quer economizar é não comer nos restaurantes que ficam de frente para a Praça de Armas. São mais caros. O que sai mais em conta é procurar os restaurantes que o povo de lá frequenta e fugir dos restaurantes turísticos. Fizemos um post só sobre alimentação em Cusco, dá uma olhada lá. ;)
Tanto no Peru como na Argentina, a gorjeta dos garçons não está incluida na conta como fazemos aqui no Brasil. Você tem que dar agorjeta por fora, caso queira dar.
Quem quer baratear a alimentação e não se importa em passar o dia com somente uma boa refeição, sugiro fazer como nós e comprar lanchinhos, água e outros itens no mercado local. Ah, não é pra comer, mas não se esqueça de incluir na sua listinha de compras um item essencial: papel higiênico. Em todos os passeios há banheiros, mas em nenhum deles há papel higiênico. Leve o seu!
Segurança
Esse é um item crítico em qualquer viagem! Em Cusco não se ouve muito falar em assalto e violência contra turistas. Mas há furto. É importante você ficar de olho nas suas coisas.
As ruas me pareceram bastante seguras. Quando fui ao centro de artesanato retornamos à noite. Pra garantir perguntei a um vendedor se correríamos risco já que éramos três mulheres. Ele disse que não por sermos três pessoas. Mas mais tarde eu sozinha não seria aconselhável.
De qualquer maneira, devem-se tomar os cuidados básicos que são praxe em qualquer lugar do mundo: não andar sozinho à noite, evitar ruas desertas, não carregar câmeras e filmadoras à vista por locais duvidosos, etc, etc, etc.
Na Praça de Armas e na Praça Regozijo vimos muito policiamento o tempo todo.
Preços
Pesquise e pechinche sempre. Passeios com agências então… como eu “chorei”! Consegui um bom desconto pois éramos quatro pessoas, mas quem não chora não mama. E lá, eles ja contam com o desconto que terão que dar. Muitos te dão um preço e se você ignorar ou disser que não, eles mesmos sugerem um preço menor. Se você continuar ignorando, eles perguntam quanto você quer pagar! Aí é que entra a sua técnica de negociação. :)
Eu usei sempre o bom senso. Não sou do tipo que quer tirar vantagem em tudo. Então quando eu achava o preço justo, parava de pechinchar e pagava o valor pedido.
Importante: artesanato nas paradas estratégicas dos passeios é sempre mais caro. Artasanato barato se encontra no fim da Av El Sol, à esquerda de quem desce a rua. Lá existe um grande centro dentro de uma área coberta e com muitas barraquinhas. Ao longo da Av El Sol você vai ver muitos pequenos centros de artesanato onde o preço não é tão alto, mas vale a pena andar mais um pouquinho e chegar ao centro maior.
Com relação a câmbio, quando fui, estava valendo mais a pena trocar dólar por novo sol do que trocar real. A Taxa estava 1 U$ = 2,59 s/ (2,55 s/ no aeroporto de Lima). É muito fácil trocar dinheiro por lá, qualquer birosca tem uma plaquinha avisando que troca dinheiro. Nós trocamos no Iterbank e trocamos em uma loja. A taxa não muda muito, variava cerca de 0,01 nos locais que olhei. A dica aqui é: eles não aceitam notas velhas. E se você receber alguma, peça para trocar pois podem recusá-la quando você for pagar o taxi, o restaurante ou comprar lembranças. Em algumas lojas e agências é possível comprar com dólar direto. Com Real não tentei.
Propina
Viu o pessoal com vestimentas típicas e quer tirar fotos? Legal. Mas saiba que todos eles pedem uma “propina”. Não tem preço fixo, você dá o quanto acha que deve. Aí vai da sua consciência.
Mesmo que você esteja clicando de longe as cholitas (mulheres com saias e blusas típicas coloridas, chapéus e filhotinhos de alpaca no colo), se elas notarem, virão te pedir uma propina. Quando ouvem o barulhinho da câmera, já procuram o turista para ganhar umas moedas. Tenha sempre moedas no bolso para esses casos. :)
Em Cusco estão todas as atrações do City Tour: Qoricancha, Ruínas de Saqsaywaman, Puka Pukara, Tambomachay e Qenqo. Visitamos também o Museu Inca (não está no boleto turístico) e o Museu Histórico Regional (está no boleto turístico), que ganharam posts esecíficos.
Minha última dica para você que vai a Cusco é: reserve um ou dois dias só para andar pela cidade e divirta-se com o charme e a história de Cusco.
Nosso vídeo dessa viagem:
Outros posts sobre o Peru:
– Águas Calientes (ou Machu Picchu Pueblo), no caminho para a cidade dos Incas
– Museu Histórico Regional de Cusco
– Museu Inca de Cusco
– Hotel Inti Pata, Águas Calientes
– Onde comer em Cusco e região gastando pouco
– Valle Sagrado de Los Incas – Parte II: Ollantaytambo
– Valle Sagrado de Los Incas – Parte I: Pisaq
– Salineras de Maras, Terraços de Moray e lã em Chinchero, Peru
– Soroche ou mal da altitude. O que é e como evitar
– City tour de Cusco pelas ruínas Incas
– Hotel Royal Qosqo, Cusco
– Como chegar a Machu Picchu e retornar a Cusco
– Preparando uma viagem a Machu Picchu, Peru
– Machu Picchu, a cidade Inca nas montanhas
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15 Comments
Ricardo
9 de junho de 2014 at 05:52Oi Camila,td bem? Vc acha que vale a pena pernoitar em AC? Estou indo sozinho e gostaria de saber se tem algo para fazer a noite como pubs, bares ou simplesmente locais agradáveis para passear no periodo de tarde/noite. Muito obrigado! Adorei o blog, pegando altas dicas aqui ;)
Camila Guerra
9 de junho de 2014 at 11:24Oi, Ricardo!
Eu acho que vale a pena pernoitar lá sim, especialmente para subir cedinho para Machu Picchu. Há muitos restaurantes e bares no vilarejo mas não me recordo de ter visto nada além disso. Dependendo da época do ano, fica bem movimentado e é um ambiente agradável. Acho que vale a experiência sim. AC é minúscula, então não tem muito o que fazer lá, o que significa que, por exemplo, que dois dias lá é um exagero. Muita gente vai nas termas, eu não me interessei.
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Raquel
24 de outubro de 2013 at 13:00Oi Camila!!
Seu site é super show!!
Estamos indo no ínicio de Novembro pro Peru, e estou tentando absorver tudo que vc escreve por aqui!!
Fiquei com uma dúvida em relação aos passeios e o Boleto Turistico, pretendo comprar o boleto completo com os 3 circuitos e tentar organizar com a agencia quando chegar lá o transporte e guias, acho que foi como vc fez, certo?! A minha dúvida é em relação ao tempo, em quantos dias vc fez o City tur e os outros dois circuitos e ainda MP e AC?! Suuuper obrigada pelas valiosas dicas de sua experiência!
Raquel
Camila Guerra
24 de outubro de 2013 at 13:44Oi Raquel! Obrigada!
Sim, foi isso que fiz.
No dia que cheguei fiquei só aclimatando pra não passar perrengue com a altitude. Saí pra comer, comprar lanche e fechar passeios.
No dia 2 fiz o city tour com agência que é meio dia, então nesse dia visitei o Museu Inca pela manhã (dá tempo de fazer mais coisas pela manhã). O city tour termina já noite.
No dia 3 fiz Maras e Moray (chega em Cusco por volta das 14:30-15h e dá tempo de visitar alguma coisa na cidade).
Dia 4 fiz Valle Sagrado e fui pra AC onde pernoitei.
Dia 5 fiz MP e voltei pra Cusco.
Dia 6 fiquei em Cusco andando pela cidade.
Dia 7 pela manhã voltei pro Brasil.
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30 de abril de 2013 at 12:43Aurileide
30 de abril de 2013 at 02:37Excelente artigo Camila, parabéns! Seus artigos estão me ajudando muito para eu fazer o roteiro da minha viagem ao Peru em Setembro! Obrigada.
Camila Guerra
30 de abril de 2013 at 11:56Obrigada, Aurileide!
Fico feliz que os artigos estejam te ajudando. Tem muita coisa importante ainda por vir. ;)
Qualquer dúvida é só perguntar.
[]’s